25 de maio de 2023

Análise: O jogo de poder pela Margem Equatorial

Autor: Thiago Medeiros

Após ter licença negada pelo Ibama, a Margem Equatorial ganhou contornos políticos e claro de bastante comunicação. As narrativas se montam para sustentar as posições e interesses dos atores. 


De maneira proposital, na linha de frente está a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sustentando a narrativa de proximidade com a Amazônia ( porém da Foz do Rio Amazonas, a distância é superior a 500 km) e defendendo que a exploração poderia arranhar a imagem internacional do Brasil. Do outro lado, Alexandre Silveira, Ministro das Minas e Energia e que sabe do potencial da Margem, e quanto o país precisa de um "novo pré-sal". 


Claro que reforçando Marina, também temos as concorrentes empresariais da Petrobras. As grandes petroleiras não querem que a brasileira ganhe ainda mais protagonismo na exploração, vide que área semelhante a do Brasil, vem sendo explorada no Suriname e Guiana exatamente por grandes concorrentes.


O primeiro verificador desta disputa política chama-se Rui Costa, o chefe da Casa Civil irá se certificar se existe um caminho conciliador para o momento. E após isso a palavra final virá por intermédio do presidente Lula, que espera claro conseguir mitigar possíveis danos e crises.

Porém, a disputa política já está posta e sendo travada, o mais recente ataque é a reforma ministerial, onde o MMA, poderá perder espaços e poder. Marina sabe disso e tenta nesse início jogar duro principalmente na comunicação, apelando para um discurso de resgate do bolsonarismo e evangélicos. 

Noutra ponta, de tocaia e esperando o momento certo fica o presidente da Petrobras, Jean Paul, o ex-senador pelo Rio Grande do Norte. Em atuação no Senado ele é conhecido pela capacidade de construir e ligar pontes. Até agora, apesar de claro agir para defender os interesses da empresa, como apresentando recursos e caminhos técnicos possíveis, Prates fica neutro e pronto para aproveitar o resultado final da ala política. 

Sem criar atritos, Jean se coloca até agora ileso para quando Lula der a última palavra, sair bem na foto. Marina Silva se isolou e na política isso pode ser decisivo para uma possível derrota, hoje, ela tem basicamente a comunicação para tentar se manter forte no jogo.

 
 

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