26 de maio de 2023

Análise: O caminho do arcabouço fiscal será mais longo no Senado

Autor: Thiago Medeiros

A título de hoje dificilmente o governo deve conseguir levar o texto do novo arcabouço fiscal direto para o plenário do Senado, como fez na Câmara, através do rolo compressor chamado Lira,  A maior probabilidade é que a matéria passe ao menos por uma comissão, a de Assuntos Econômicos, composta na liderança e vice por Senadores do PSD, partido de Pacheco. Há a possibilidade de tramitar ainda em outra, a de Constituição e Justiça, aqui comandada por Alcolumbre.

Embora haja uma previsão de que o texto vá à sanção presidencial em junho, antes do recesso parlamentar, senadores da base e da oposição sinalizam que querem mudar o projeto que veio da Câmara. Quase que pacificado a relatoria ficará sob responsabilidade do PSD - o senador Omar Aziz é o preferido. O partido tentará mostrar sua força e o grupo de Alcolumbre vai negociar com o governo,

A passagem pelas comissões é um pedido da maioria dos líderes partidários. Sendo assim a presidência do senado ficou sem saída. Sem alternativa ogoverno e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cederam.

O caminho mais longo abre espaço para cenas repetidas. Em um gesto para a militância, a base do governo podemos ter alterações  relativas ao Fundeb e Boss Família, Possíveis alterações farão o texto voltar à Câmara e atrasar ainda mais a aprovação, o que o governo não gostaria. Será que Lira vai usar para barganhar ainda mais?!

A oposição quer tornar o texto do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) mais duro com relação as punições. Veremos como Rogério Marinho, senador pelo RN vai liderar essa oposição. Conhecido pela previdência e reforma trabalhista, Marinho é bem restritivo e oposição aos gastos sociais. Embora nunca cumprido pelo governo em que foi Ministro, Rogério é um apaixonado pelo teto de gastos.

Ainda sem conseguir vitórias no Senado, Rogério tem mais uma oportunidade para tentar mostrar capacidade na liderança da oposição. 

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