27 de maio de 2023

Governista pede a convocação de sócio de Eduardo Bolsonaro na CPMI dos Atos Golpistas

Autor: Daniel Menezes

Do Congresso em Foco - A oposição quer convocar o empresário Paulo Generoso, sócio do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para prestar depoimento à CPMI dos Atos Golpistas. Ele é investigado por ter apoiado os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro em Brasília. A relação entre o empresário e o deputado é destaque de reportagem publicada nesta sexta-feira (26) em parceria pelo UOL, pela Agência Pública e pelo Clip (Centro Latinoamericano de Investigações Jornalísticas).

Requerimento de convocação de Generoso é assinado pelo deputado Duarte, aliado da relatora Eliziane Gama e do ministro Flávio Dino. Foto: Agência Câmara

Autor do requerimento de convocação à CPMI, o deputado Duarte (PSB-MA) alega que a abertura da empresa de Eduardo e Generoso nos Estados Unidos é considerada suspeita, uma vez que não possui clareza no ramo de atuação. “O convocado foi apoiador dos movimentos antidemocráticos, dentre eles, os atos do dia 8 de janeiro. Agora, dois meses após os atos de 8 de janeiro, abre empresa nos EUA com Eduardo Bolsonaro, deputado federal, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, com ramo de atividade imprecisa”, destaca o requerimento.

Para o deputado governista, é imprescindível que seja esclarecida a relação entre o empresário e o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como a eventual participação de ambos nos atos antidemocráticos. “Paulo Generoso é empresário e teria apoiado atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro. Diante da relevância e gravidade dessas informações, é de extrema importância que sejam realizados os devidos esclarecimentos a respeito de suas ações, bem como sua possível relação com os eventos ocorridos na referida data”, alega Duarte.

Segundo a reportagem feita pelos três veículos em parceria, Eduardo abriu uma empresa no estado do Texas em sociedade com pessoas ligadas à disseminação de fake news no Brasil, que apoiaram os atos golpistas de 8 de janeiro e que passaram pelo governo do pai, no período em que o ex-presidente estava morando nos Estados Unidos.

“Eduardo abriu uma empresa em 18 de março deste ano em sociedade com o influenciador Paulo Generoso – conhecido por compartilhar notícias falsas e por ter apoiado os atos golpistas – e com o ex-secretário nacional de fomento e incentivo à cultura no governo Bolsonaro, André Porciúncula. A firma Braz Global Holding LLC foi registrada por Generoso no endereço de sua casa, em Arlington. No mesmo local, outras duas empresas dos sócios de Eduardo na holding também foram abertas, mas sem seu nome”, diz trecho da matéria.

Questionado pessoalmente sobre o ramo de atuação da empresa, Eduardo Bolsonaro se esquivou. “Por que vocês estão me investigando? Conhecendo um pouquinho do UOL e um pouquinho de vocês, eu prefiro não falar nada”, disse. Indagado sobre as atividades do negócio, o parlamentar tergiversou. “Não tem nada demais. Explicar o quê? Estou devendo alguma coisa?”

Paulo Generoso é criador do Movimento República de Curitiba, que surgiu em 2016 para apoiar a Operação Lava Jato. O movimento também defendeu a eleição do ex-presidente em 2018 e 2022. Com 1,2 milhão de seguidores, a página do grupo no Facebook espalhou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, a pandemia de covid-19 e saiu em defesa dos atos golpistas. Paulo Generoso, inclusive, teve a conta no Twitter suspensa, em janeiro de 2023, após decisão judicial conforme marcado pela empresa na rede.

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