28 de maio de 2023

Marina e o fogo inimigo

Autor: Daniel Menezes

A ministra do Meio Ambiente não é uma pessoa de grupo. A questão é que a política só funciona assim. Enquanto ela age a partir de ações individuais, a política profissional se estrutura entre líderes e liderados. É um modo de racionalizar as estratégias em que Marina nunca foi boa em praticar.

No caso da possibilidade da Petrobras atuar na foz do Amazonas, ela não esperou a formulação da estratégia do governo e saiu atirando. Criticou a petrobras, as bancadas da câmara e distribuiu mais críticas. Agora, ela não sofre mais com fogo amigo, dado que, ao que tudo indica, não tem mais aliados no governo.

Marina Silva não esperou a reapresentação do projeto pela petrobras com correções e partiu para o ataque. Resultado: expôs o governo, gerou uma derrota para Lula na câmara e engendrou uma reação em que o seu próprio ministério do meio ambiente pode terminar esvaziado em suas funções.

Agora, ela é alvo de ataque de todos os lados. Essa semana, após rumores - o que significa mais adversários agindo -, disse que sua permanência no governo depende de Lula, mas quer continuar ajudando na condição de ministra. Imagina se ela quisesse atrapalhar.

Minha hipótese: permanecerá um bom tempo balançada no cargo com a possibilidade de cair lá na frente quando a poeira baixar.

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