29 de maio de 2023

Vaticano quer menos religiosos causando discórdia nas redes sociais

Autor: Daniel Menezes

Do Estadão - Nesta segunda-feira, 29, o Vaticano instruiu bispos, pastores e líderes leigos católicos que moderassem seus comentários nas redes sociais, pois eles podem causar divisões e alimentar polêmicas que prejudicam toda a Igreja. O pedido faz parte do documento “Vaticano Rumo à presença plena – Uma reflexão pastoral sobre a participação nas redes sociais” do departamento de comunicações, publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

No documento, o Vaticano critica o extremismo e as divisões alimentadas nas redes sociais, o que, segundo a instituição, cria um “tribalismo digital”, quando “grupos são postos uns contra os outros, em espírito de rivalidade”. Recomendam, então, que os cristãos fiquem atentos a postagem e compartilhamento de conteúdos “que possam causar mal-entendidos, exacerbar divisões, provocar conflitos e aprofundar preconceitos”.

“Infelizmente, relacionamentos desfeitos, conflitos e divisões não são estranhos à Igreja. Por exemplo, quando grupos que se apresentam como “católicos” usam sua presença nas redes sociais para fomentar divisões, eles não estão agindo como uma comunidade cristã deveria”, diz o documento.

No item 75 do documento, a instituição defende que os cristãos devem ser reflexivos, e não reativos nas redes sociais. “Todos nós deveríamos prestar atenção para não cair nas armadilhas digitais escondidas em conteúdos intencionalmente concebidos para semear o conflito entre os usuários, causando indignação ou reações emocionais”, escreve o Vaticano.

 

E continua endereçando um conselho diretamente para a liderança da Igreja: bispos, pastores e líderes leigos eminentes. “Eles não só causam divisão na comunidade, mas também dão autorização e legitimidade a fim de que inclusive outros promovam um tipo semelhante de comunicação”, obversa a instituição.

A instituição, no item 65, também reflete sobre como transmitir “o ‘estilo’ de Deus nas redes sociais” pregando que todas as postagens feitas por católicos deveriam “estar em sintonia com o estilo que aprendemos com Cristo”.

O documento inclui ainda o pedido de que os fiéis estejam cientes das “ciladas” das redes sociais, entre elas de como as redes transformaram os indivíduos tanto em consumidores como em produto, segundo o documento. “Estar cientes destas ciladas ajuda-nos a discernir e desmascarar a lógica que polui o ambiente das redes sociais, e a procurar uma solução para este descontentamento digital”, pontua o Vaticano.

 

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