A DEFESA DA UNIVERSIDADE NÃO PODE VIRAR UM NOVO #ELENÃO
A galera precisa se ligar. Essa defesa da universidade ao estilo identitário pode virar um #EleNão e basta lembrar no que deu o tal movimento em 2018. Nunca assisti a um ataque tão brutal contra o ensino superior quanto o que estou vendo em grupos de WhatsApp e nas redes sociais.
Contra isto, as universidades precisam, como escrevi lá atrás, mostrar o muito que fazem pela vida do país e como o Brasil será prejudicado com os cortes em seus orçamentos.
A questão deve ser política – universalista, ao invés de “grupo progressista” – e não de superioridade moral. Se forem com papo comunitário, estabelecendo guetos e partindo para lugares de fala, vão apanhar. Chamar as pessoas de “pobre de direita”, de “fascista”, de “burro”, “gado”, etc só gerará ressentimento. E já está claro quem ganha com tal sentimento. É bom não subestimar o bolsonarismo.
Não acredito que as pessoas, a não ser pequenos grupos fundamentalistas, pelo que pude ler, são contrárias às universidades. O sonho de se formar em uma é quase que transclassista. O desejo de ver o filho com o diploma na mão faz famílias inteiras batalharem por uma vida.
A questão me parecer ser de uma visão ignorante sobre como é o dia a dia do ambiente acadêmico. Ora, se eu achasse que uma federal fosse sinônimo de algazarra, gente nua e de manifestações politico-partidarias cotidianas, também iria criticar seu modo de funcionamento.
Deixaram essas histórias rolarem sem o contrapeso devido durante décadas e imaginaram que a revolta nunca viria. Ela chegou. Já escrevi dezenas de textos sobre o assunto contra a cegueira de uma certa ideologia escolástica.
A hora é de fazer política, de conscientizar e não de cortar o país entre quem é contra ou a favor das instituições de ensino superior. Se for de tal modo, o bolsonarismo terá uma chance. Melhor coisa agora é racionalizar, ao invés de abrir margem para o azar.