Um jornalista da revista época se passou por homossexual e realizou consultas com a nora do presidente Jair Bolsonaro, casada com Eduardo Bolsonaro.
Consulta psicológica é algo sério e requer sigilo. Não pode ser alvo de disputa política na base de personagem formado. Além disso, nada justifica a invasão de privacidade de uma pessoa assim.
Uma das coisas absurdas das dez medidas do ministério público, felizmente reprovadas pelo congresso, era a previsibilidade de possível organização de flagrante contra funcionários públicos. O que o jornalista tentou fazer não foi diferente e é um abuso.
Tudo tem limite e ele foi ultrapassado por um profissional irresponsável. Pior. Acaba por abrir margem para o presidente argumentar que é perseguido pela mídia.
O debate sempre é público. Deixar as pessoas seguirem suas vidas privadas como bem entenderem, em círculo protegido, é questão inescapável. Um ganho civilizatório.
Nessa, eu tô com Bolsonaro, mesmo não esquecendo que o próprio também já fez uso de tais subterfúgios contra adversários.