A pandemia traz ensinamentos e já há clareza sobre uma questão: um mundo em que todos têm opinião sobre tudo é um planeta pior de se conviver. As neuroses coletivas emergem com poucos efeitos positivos.
Veja o caso da cloroquina. O remédio foi politizado. O presidente Jair Bolsonaro passou a receitá-lo como saída para covid-19, doença que foi descoberta há cerca de 4 meses.
Trata-se de algo que a maior parte de nós não tem competência para construir um ponto de vista. O Potiguar não tem opinião sobre o fármaco. Eu não estudei nada a respeito do assunto, não sou da área. Tudo que vier a falar será baseado em puro pensamento mágico carente de fundamento.
(E até onde sei, ganhar eleição também não habilita ninguém a receitar tratamento.)
No máximo, o que sou capaz de externar é o desejo de que o remédio funcione e a gente possa sair de nossas casas, sem o temor de ser abatido pelo vírus. Porém, a escala do desejo não é boa aferidora, ainda mais diante do desconhecido.
É fundamental manter comedimento nessa hora em que soluções desesperadas, vazias de racionalidade, podem erguer um cenário ainda mais adverso. A história está cheia de exemplos.
O melhor a fazer, portanto, é esperar que consensos, forjados nas boas práticas de pesquisa, se formem.