26 de outubro de 2022

O debate sobre inserções de rádio puxado por Bolsonaro não tem base factual e representa tentativa de terceiro turno

Autor: Redação

Após membros da equipe de Jair Bolsonaro falarem em mais de 150 mil inserções suprimidas em rádios do nordeste, o assunto se esfarelou como castelo de areia com apuração simples.

Vamos aos pontos fundamentais:

  1. Cobrados para que apresentassem provas pela justiça eleitoral, de 150 mil propagandas suprimidas o número caiu para pouco mais de 700 inserções em oito rádios do nordeste. Eles se manifestaram alegando que não têm a comprovação sobre o restante e que o que têm é só uma amostra. Como chegaram ao número de 150 mil? Ninguém sabe. Nem eles conseguem falar;
  2. O conteúdo de rádio apresentado pela campanha de Jair Bolsonaro ao TSE foi de youtube. Pela legislação, a rádio não é obrigada a passar no seu canal de youtube o conteúdo que passa na sintonia tradicional. A propaganda eleitoral é apenas para a rádio em si. Tanto que várias hoje não transmitem a voz do Brasil no youtube. Ou seja, só isto já é razão suficiente para não enquadrar a documentação como prova;
  3. As “provas” contabilizam inserções de campanhas estaduais do PT e do PL de segundo turno. Essas inserções não deveriam ser contabilizadas porque não tem nada a ver com campanha presidencial;
  4. Das oito rádios, há empresas com sintonia errada e elas já se manifestaram sobre o assunto;
  5. A empresa de auditoria não tem sequer especialidade sobre o tema;
  6. As rádios no nordeste são em sua maioria de propriedade de bolsonaristas. Tente, caro leitor, ouvir algum elogio a Lula e ao PT num programa aqui no RN e você não vai conseguir. As rádios locais receberam forte aporte de publicidade do governo federal.
  7. Pela legislação eleitoral, são as campanhas que devem fiscalizar se as rádios e as Tvs estão passando suas propagandas. Caso exista algum erro, ele deve ser comunicado à procuradoria regional eleitoral. Eles nunca falaram nada a respeito. Então, por qual razão só agora?!

Trata-se de puro terceiro turno, um meio de criar mais um inimigo imaginário para a base radicalizada e manter o TSE nas cordas. Tanto é que, hoje, Jair Bolsonaro já disse que não aceitará o resultado da eleição caso derrotado, alegando que há um conluio do PT com o TSE a respeito do falso tema trazido por ele mesmo