23 de novembro de 2022

Styvenson precisa falar sobre seu mandato e não sobre 2026: se não mudar, o que o elegeu em 2018 será sua derrocada em 2026

Autor: Redação

Política é como ser chamado para a seleção. Tudo diz respeito a uma progressão. O treino amador leva ao time de futebol profissional. A evolução no clube produz a convocação para a seleção.

O policial militar Styvenson Valentim chegou ao senado pelo seu trabalho na Lei Seca num contexto de crise do sistema político. Tentou o governo do RN em 2022 e terminou na terceira posição. Agora diz que irá disputar o mesmo posto em 2026 e usará tempo de verba e fundo eleitoral: “vou utilizar todas as armas”, disse ele. Sua fala aponta para o fato de que ele não aproveitou tempo de Tv e não fez campanha em 2022.

Olha, de fato, se ele tivesse feito campanha em 2022, teria terminado na segunda posição. Foi um erro cometido por ele e comprometeu sua atuação no pleito. Trata-se também de um reconhecimento implícito de que suas críticas contra quem empregou legitimamente a verba eleitoral durante a campanha foram injustas. Só que em 2022 ele não tem que falar em 2026, mas no que produziu e no que pretende fazer até lá.

Será o dia-a-dia do seu mandato que o levará a pleitear o governo do RN. Styvenson já tem 4 anos como senador e em 2026 terá 8 anos. Em 2022 já faltou vitrine e este problema para ele será maior, caso não faça e demonstre o cotidiano do que ele vem produzindo.

Styvenson tem vivido de dois pontos – um uso “espontâneo” das redes sociais, aparecendo com o cachorro, com familiares e falando de forma pouco formal; com uma postura em que se apresenta como mais honesto do que todo mundo. Se continuar assim, adianto – será derrota certa em 2026. O eleitor quer a resolução de problemas concretos e a demonstração de como isto irá ocorrer segue em falta.

Styvenson ainda não entendeu que o que elegeu em 2018 acabará com sua carreira política de 2022 em diante. A extrema direita e a antipolítica continuarão a ter seu público cativo, mas insuficiente para gerar vitórias eleitorais majoritárias. Na história do Brasil tal ambiência vem tendo vez de 20 em 20 anos, gerando um Collor e depois um Bolsonaro. Isto ainda é mais significativo no nordeste, na medida em que o eleitor vota por melhorias de vida. A escolha ideologizada se restringe ao plano palumbo.

Se não mudar, o destino do senador será o mesmo de outros fenômenos da política local – ascensão meteórica e queda posterior no esquecimento maior ainda, ajudando a ressuscitar políticos já enterrados pelo espírito do tempo.