24 de agosto de 2023

Projeto cultural cria e profissionaliza grupos de teatro formados por jovens no Seridó do RN

Autor: Cecília Marinho

Um projeto cultural está atuando para criar e profissionalizar grupos de teatro no Sertão do Rio Grande do Norte. O Trapiá Semente tem implantado núcleos em cinco cidades do Seridó neste ano: IpueiraSão José do SeridóSantana do SeridóSão Fernando e Ouro Branco. Os oleiros, mais conhecidos como arte-educadores, agem em prol da formação teatral de jovens.

O projeto é dividido em quatro etapas, chamados de "Semear, Regar, Florescer e Cultivar". No fim, cinco espetáculos de teatro serão apresentados no Seridó, realizados pelos cinco grupos criados,

A ação acontece com oficinas de iniciação teatral, construção de instrumentos, criação de cena, direção de arte e montagem de espetáculos.

O objetivo do Trapiá Semente era criar grupos com 10 participantes em cada município. Porém, durante o processo de inscrição em algumas cidades, o número de jovens participantes chegou a mais de 40, caso de São José do Seridó. Em Ipueira, foram 38. Em todas as cidades a participação dos jovens superou esse número.

O projeto também acabou se expandindo om a inclusão da fase “cultivar” para seis cidades da primeira edição: AcariCarnaúba dos DantasCruzetaCurrais NovosEquador e Parelhas. Todas continuaram recebendo oficinas.

 

“As cidades demonstram um carinho especial pelo projeto devido à sua capacidade de estimular diversas habilidades nos jovens. Eles têm a oportunidade de vivenciar o teatro desde a fase inicial do projeto, assistindo a espetáculos profissionais, até a criação e montagem de seus próprios espetáculos, com o auxílio de profissionais da Trapiá Cia Teatral”, explicou Alexandre Muniz, coordenador das oficinas e ator da Trapiá Cia Teatral.

 

Atualmente, o projeto está na fase "Regar" nas cidades escolhidas deste ano. Essa fase representa a montagem do espetáculo e se aproxima da finalização e estreia dos espetáculos, conhecida como a fase da "Florescer para a realização dos cinco espetáculos.

Nas preparações, os adolescentes se dividem entre personagens, figurinistas e roteirista, conforme a aptidão de cada um.

 

 

“A experiência vivida no projeto demonstra o impacto positivo que a arte pode ter no desenvolvimento dos jovens, promovendo atitudes que reverberam em outras atividades que exigem planejamento, estudo e comprometimento”, falou Muniz.

 

A ação do projeto também com a apresentação de espetáculos da Trapiá Cia Teatral, como ‘As Pelejas de Baltazar’ e ‘Menino Pássaro’ — espetáculo este vencedor do prêmio Melhor Espetáculo Cênico do Troféu Cultura RN 2022.

 

Novos artistas

 

“Desenterrar as melhores histórias, histórias que criamos, histórias que já foram contadas antes, e fazer delas um memorial. Esse para mim é o ponto alto da Trapiá. Fazer das melhores histórias, um tesouro rico e pessoal”.

A frase é do jovem artista Victor de Morais Pereira, de 15 anos, aluno do projeto em Ipueira, que tem participado ativamente na escrita do roteiro local, que traz o seguinte enfoque: “Pelas linhas do vento, as maiores areias enterram as melhores histórias… desenterre-as e faça delas o seu maior tesouro”.

Segundo ele, o projeto tem sido um “desafio”, pois não tinha afinidade com a literatura teatral e escrita de peças. “Mas gosto de escrever e sou um leitor assíduo de romances, literatura policial e contemporânea em geral, o que me deixa confortável com as palavras", disse.

 

"Estar na Trapiá, sendo um escritor de romances, agora tendo de escrever peças, está sendo inovador para mim”.

Outra que também dá os primeiros passos é Lívia Andrade de Azevedo, 12 anos, de Santana do Seridó. Ela sonha ser atriz e vê no projeto um ponto de partida.

 

“O Trapiá Semente está ajudando a me desenvolver melhor, perder minha timidez e melhorar as minhas expressões quando eu falo. Eu até já apresentei uma peça antes, mas na hora eu estava tímida. Agora não, estou conseguindo me desenvolver melhor”.

 

Larissa Danielly Nóbrega, 13 anos, aluna de São Fernando, revela que além do prazer em atuar, essa interação tem ajudado na perda da timidez e a trabalhar em equipe.

“Desde bem novinha sempre tive vontade de atuar nessas coisas. Ano passado eu me apresentei em uma peça de teatro da escola e aquilo ali serviu muito para mim. Eu estou botando muita fé de que a gente vai aprender muito e eu estou muito ansiosa para me apresentar”, disse.

Fonte; G1 RN 

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