19 de setembro de 2023

Lula na ONU: Brasil volta para enfrentar problemas globais; siga

Autor: Redação

Do Metrópoles - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursa, nesta terça-feira (19/9), na 78ª edição da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU). Tradicionalmente, o Brasil é o responsável por abrir os debates todos os anos, na agência multilateral que engloba 193 países sediada em Nova York, nos Estados Unidos.

Desde o início do seu discurso, Lula manteve a linha de que o Brasil estava “ausente” da geopolítica mundial, em crítica aberta à gestão de Jair Bolsonaro. “O Brasil está de volta para dar sua contribuição ao enfrentamento dos principais problemas globais”, apontou.

Lula afirmou que, para reduzir as desigualdades dentro dos países, é preciso incluir os pobres nos orçamentos nacionais. “E incluir os ricos pagando impostos. No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”, afirmou.

Como era esperado, o presidente brasileiro falou sobre o problema da Amazônia e o problema energético no mundo. “Estamos na vanguarda da transição energética. Nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo: 87% da nossa energia elétrica proveem de fontes limpas e renováveis. É enorme o potencial do hidrogênio verde”, discursou.

“Retomamos uma robusta e renovada agenda amazônica, de combate aos crimes ambientais. Ao longo dos últimos 8 meses, o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 48%. O mundo inteiro sempre falou da Amazônia. Agora, a Amazônia fala ao mundo”, continuou.

 

Acompanhe o discurso ao vivo:

Esta é a oitava vez que Lula fala no palco da ONU como presidente do Brasil, em seu retorno após 14 anos. Nas gestões anteriores, o petista só não viajou para Nova York em 2010, quando preferiu se dedicar à campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Durante o pronunciamento 20 anos após a própria estreia, o mandatário deve pedir reformas na própria instituição, cobrar mais protagonismo para os países em desenvolvimento no debate global e ressaltar a necessidade do financiamento de uma transição energética sustentável.

Antes de Lula, António Guterres, secretário-geral do órgão, fez o discurso de inauguração. A inauguração do evento foi feita por Antonio Guterres, secretário-geral do órgão. Ele afirmou que o mundo passa por uma “transição caótica”. “O nosso mundo está ficando desequilibrado. Tensões geopolíticas estão aumentando. Os desafios globais estão aumentando, e nós parecemos incapazes de responder. Estamos frente a ameaças existenciais, desde a crise climática até as tecnologias disruptivas, e vivemos isso em um tempo de transição caótica”, discursou.

Comparação de Lula com Bolsonaro

Focado em restabelecer relações diplomáticas enfraquecidas nos últimos quatro anos, Lula busca ser um dos embaixadores do chamado Sul Global em discussões com os países desenvolvidos em questões econômicas, ambientais e geopolíticas. Contudo, não deve adotar um tom de enfrentamento com as potências.

O petista vem tentando se distanciar da postura do ex-presidente Jair Bolsonaro, que usou a tribuna da ONU durante seu mandato para fazer discursos duros, com teor ideológico voltado aos brasileiros – e não aos chefes de Estado presentes –, e recheados de polêmicas.

Agendas bilaterais

Além do tradicional pronunciamento, o presidente Lula aproveitará a reunião de líderes em Nova York para se reunir com diversos chefes de Estado. O mandatário recebeu pelo menos 50 pedidos de agendas bilaterais, segundo Planalto, e tem encontros marcados com os presidentes Joe Biden (Estados Unidos) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia).

Esta será a primeira vez que os presidentes brasileiro e ucraniano se reunirão, após um “desencontro” durante a cúpula do G7, no Japão, em maio. Na ocasião, assessores de Zelensky alegaram um “conflito de agendas”, enquanto interlocutores do governo brasileiro alegam ter oferecido diversas opções de horário para o ucraniano, que não aceitou nenhuma.

O Brasil tem se posicionado como uma das nações que buscam negociar a paz no Leste Europeu, após a Rússia invadir o território vizinho e instaurar uma guerra com grandes proporções geopolíticas. O presidente Lula tem se posicionado a favor “da paz”, e evitado condenar a Rússia pela guerra.

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