20 de setembro de 2023

Com histórico de discordâncias sobre guerra, Lula e Zelensky se encontram pela primeira vez

Autor: Cecília Marinho

Presidente brasileiro já deu declarações que foram criticadas pelo ucraniano e aliados. Ucrânia tenta, desde fevereiro de 2022, retirar as tropas russas de seu território.

Após meses de opiniões divergentes sobre a guerra no leste europeu, que se arrasta há um ano e sete meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu pela primeira vez com o presidente da UcrâniaVolodymyr Zelensky.

O encontro ocorreu nesta quarta-feira (20), em Nova York (EUA). Os dois presidentes viajaram aos Estados Unidos para discursar na terça-feira (19) na Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU).

Lula aproveitou o compromisso na ONU para realizar uma série de audiências com presidentes e primeiros-ministros de outros países. Antes da agenda com o líder ucraniano, Lula se reuniu com o presidente americano Joe Biden.

Posições divergentes

 

A reunião entre Lula e Zelensky, que já conversaram por videoconferência, foi tentada em mais de uma oportunidade. Em maio, o ucraniano tentou se encontrar com Lula durante a cúpula do G7, no Japão, mas o governo brasileiro alegou que Zelensky se atrasou e não compareceu à reunião.

Lula tem sido, desde o início do governo, em janeiro de 2023, criticado por países ocidentais e por Zelensky em razão de uma posição considerada leniente com a invasão militar das tropas russas ao território ucraniano.

 

Discursos na ONU

 

Na véspera da reunião, Lula e Zelensky falaram sobre a guerra em seus discursos na Assembleia Geral da ONU.

O presidente brasileiro optou por não criticar diretamente a Rússia pelo conflito armado. "A guerra da Ucrânia escancara nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU", disse Lula.

A Rússia é um parceiro estratégico do Brasil, já que os dois países integram o Brics ao lado de China, Índia e África do Sul. Os russos também são importantes fornecedores de fertilizantes para a produção agrícola do Brasil.

Zelensky, por sua vez, afirmou que é preciso se "unir para derrotar o agressor" e reiterou que a proposta de paz da Ucrânia prevê a manutenção territorial e soberania de todos os territórios do país.

O presidente dos EUA, Joe Biden, adotou tom similar ao de Zelensky ao afirmar que o país e aliados "continuarão a apoiar o corajoso povo da Ucrânia na defesa da sua soberania e integridade territorial".

"Se permitirmos que a Ucrânia seja dividida, estará garantida a independência de qualquer nação? A resposta é não", acrescentou Biden.

Fonte: G1

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