20 de setembro de 2023

Nesara Gesara: Grupo que agia em igrejas e prometia lucro de um 'octilhão' de reais a fiéis é alvo de operação policial

Autor: Cecília Marinho

Polícia Civil aponta que grupo fez mais de 50 mil vítimas. Investigados induziam frequentadores de igrejas a pensar que eram 'abençoados a receberem grandes quantias'.

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (20), uma operação com o objetivo de combater um grupo suspeito de praticar golpes financeiros contra mais de 50 mil vítimas em todo o Brasil e no exterior.

De acordo com as investigações, o grupo era composto por pastores que induziam fiéis que frequentavam suas igrejas a pensar que eram "abençoados a receberem grandes quantias". Os suspeitos usavam uma teoria conspiratória conhecida como Nesara Gesara" e prometiam lucro de até um "octilhão" de reais (veja detalhes abaixo).

A Polícia Civil aponta que o grupo movimentou R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas fantasmas e movimentar mais de 800 contas bancárias suspeitas. Os agentes cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão no DF e em quatro estados — Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

A operação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).

 

O esquema

De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos usavam redes sociais para cometer os golpes. O objetivo era convencer as vítimas a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias.

A Polícia Civil afirma que o grupo é composto por 200 integrantes, incluindo dezenas de pastores. A investigação aponta que os investigados prometiam retorno "imediato e rentabilidade estratosférica".

 

"Foi detectada, por exemplo, a promessa de que somente com um depósito de R$25 as pessoas poderiam receber de volta nas “operações” o valor de Um Octilhão de Reais, ou mesmo “investir” R$2 mil para ganhar 350 bilhões de centilhões de euros", apontam os investigadores.

 

 

Pessoas jurídicas fantasmas

 

Em seguida, ainda segundo as investigações, os suspeitos criavam pessoas jurídicas fantasmas para simular instituições financeiras digitais com alto capital social declarado. A intenção era dar aparência de veracidade e legalidade às operações financeiras.

Segundo a Polícia Civil, as vítimas assinavam contratos falsos, com promessas de liberação de quantias desses investimentos, que estariam registrados no Banco Central e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

Lucro diário

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marco Aurélio Sepúlveda, os golpistas recebiam dinheiro dos "investidores" diariamente (veja vídeo acima).

Em entrevista coletiva, o delegado explicou que as vítimas compravam "cotas" oferecidas pelos criminosos com a promessa de que o dinheiro investido geraria lucros muito grandes no futuro.

 

Outra prisão

 

Em dezembro de 2022, a Polícia Civil prendeu um suspeito de envolvimento no esquema, em Brasília. A corporação aponta que ele usou um documento falso em uma agência bancária, simulando possuir crédito de R$ 17 bilhões. Mesmo após a prisão do suspeito, o grupo continuou a aplicar golpes.

Os alvos da operação devem responder por crimes de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária organização criminosa.

Fonte: G1 

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