22 de setembro de 2023

Entregador acusa Marcos Braz, VP de futebol do Flamengo: "Caiu sobre minha virilha e me mordeu"

Autor: Cecília Marinho

Torcedor rubro-negro, Leandro Campos envolveu-se em briga com dirigente na última terça-feira

Entregador que se envolveu em briga com Marcos Braz em shopping na Zona Oeste do Rio na última terça-feira, Leandro Campos concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira para dar sua versão a respeito do ocorrido.

- Eu estava passeando no shopping, eu trabalho ali. Sou entregador e trabalho de bicicleta. O vi dentro da loja e falei a seguinte palavra: "Marcos Braz, sai do Flamengo". Virei as costas e saí andando em diagonal no shopping. Quando percebi que estava vindo atrás de mim foi porque a lojista gritou: "Menino, ele está indo atrás de você". Ele estava vindo de punho cerrado, virei de frente para ele, dei um passo para trás, ele se desequilibrou e caiu. Puxou minhas pernas e foi o momento que caí também. Ele caiu sobre minha virilha, pegou e me mordeu.

Leandro garantiu não ter agredido o vice-presidente de futebol do Flamengo.

- Enquanto isso veio um amigo dele e começou a efetuar chutes na minha cabeça. Nesse momento os seguranças do shopping intervieram, o tiraram de cima de mim. A própria moça da loja o tirou de cima de mim também. Em nenhum momento eu o agredi.

O torcedor também negou as ameaças de morte citadas por Marcos Braz.

- As palavras exatas que falei foi "Marcos Braz, sai do Flamengo". Falei exatamente isso, virei as costas e andei. Em nenhum momento fiz ameaças a ele ou à filha dele. Em nenhum momento. Sobre a mordida, eu sei que foi ele porque ele estava com a cabeça sobre a minha perna. Eu o vi mordendo. O amigo dele me chutou ainda. Se não fossem os seguranças, talvez fosse pior.

A advogada de Leandro Campos, Ani Luizi, afirmou que seu cliente entrará como representações nas esferas criminal e cível contra Marcos Braz e André, amigo do VP de futebol do Flamengo. Ani alegou que o cliente vem passado por constrangimento e que o mesmo está impossibilitado de trabalhar por temer eventuais acontecimentos na rua.

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O machucado no nariz dele foi provocado por agressões suas?

- Em nenhum momento o agredi, até porque não tinha como. O amigo dele estava me chutando.

Você falou "f...-se sua filha" para o Marcos Braz?

- Como eu disse, não falei isso. Só falei: "Marcos Braz, sai do Flamengo". Essas foram as minhas únicas palavras. Em nenhum momento o xinguei.

Foi algo premeditado, como disse o Marcos Braz? Como você chegou ao local?

- Eu trabalho ali e rodo por ali. Passei por ali e o vi. Insatisfeito com o momento do clube, eu falei aquelas palavras que eu já disse.

Você é de torcida organizada?

- Não, não sou de nenhuma torcida organizada.

Se arrepende de algo?

- Não me arrependo porque não fiz nada demais. O agredido fui eu. O problema é que isso está gerando muitos problemas na minha vida, não estou indo trabalhar porque não dá. Estou até com receio de sair na rua para falar a verdade.

Você é vítima ou agressor?

- Sou vítima porque em nenhum momento o agredi verbalmente e nem fisicamente.

Mais uma pergunta sobre a origem do machucado no nariz de Marcos Braz

- Eu não sei. Sinceramente. Mas em nenhum momento eu desferi nenhum soco, chute ou nada nele. Isso as próprias testemunhas do shopping falaram isso.

Você viu a filha dele?

- Não.

Em algum momento a filha dele aparece para entrar na loja para ficar junto com o Marcos Braz? O que aconteceu após a briga?

- Em nenhum momento ela estava na loja. Depois da briga, eu botei meu chinelo e fiquei no canto parado até em choque porque a gente não espera essa atitude.

Como foi o exame de corpo de delito?

- Fui lá, mostrei a ferida, e a própria perita disse que constou uma mordida humana.

Mas você recebeu chutes?

- Fiquei tonto só no momento do shopping. No caso do chute, não deu problema nenhum.

O que você tem a dizer sobre o amigo dele?

- Estava com ele dentro da loja, vieram os dois correndo atrás de mim.

Você sofreu algum tipo de ameaça?

- Até o momento não, mas sabe como são as coisas. Não dá para sair na rua tranquilo com uma situação dessas.

Tinham outros torcedores?

- No momento que eu passei, eu estava sozinho.

Você sabia que outros dois torcedores já tinham ido lá?

- Não.

Como você descreve com detalhes a mordida?

- Ele caiu sobre minha virilha, pegou e mordeu. Simplesmente mordeu minha virilha porque ele viu que não ia dar para subir em cima de mim porque os seguranças já estavam começando a tirar.

Como aconteceu a queda de Marcos Braz?

- Depois que eu disse isso ("Marcos Braz, sai do Flamengo"), virei as costas e saí andando. As lojistas gritaram que ele estava vindo atrás de mim. Quando virei, ele já estava vindo atrás de mim com os punhos cerrados. Eu virei de frente para ele e fui dando passos atrás, ele se desequilibrou e caiu.

- Quando ele caiu, caiu sobre a minha perna e aí foi o momento em que ele me puxou. Ele me puxou e veio para a virilha. Aí veio o momento em que ele me mordeu.

Em algum momento houve tentativa do corpo jurídico do Flamengo de resolver essa questão sem precisar de boletim de ocorrência?

- Em nenhum momento do Flamengo ninguém me procurou para saber como eu estava.

Conhece os outros dois homens que fizeram cobranças a Marcos Braz?

- Conheço porque eles trabalham ali também. São trabalhadores e mototaxistas dali também. Então todos nos conhecemos, mas no momento não sabia que eles estavam lá dentro. Depois que eles apareceram.

Como reage ao fato de Marcos Braz dizer que é a vítima?

- Vou deixar as imagens falarem por si. Todo mundo vai ver quem é a vítima no caso.

Você acompanhou a coletiva do Marcos Braz? O que você acredita que não é verdade dentro do depoimento dele?

- Praticamente tudo (não é verdade). Que eu o ameacei, que eu estava transtornado e que tenho cara de psicopata. Quando ele diz que falou para eu sair, em nenhum momento ele dirigiu alguma palavra a mim. Ele só me ouviu falando para ele sair do Flamengo, não falou em nenhum momento comigo. Ele já partiu para a agressão.

Fonte: G1 

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