25 de setembro de 2023

Lula deve ficar internado de sexta (29) a terça-feira (3) para cirurgia no quadril

Autor: Cecília Marinho

Presidente deve despachar do Palácio da Alvorada por no mínimo três semanas após o procedimento, segundo a Secom

 

A cirurgia para solucionar o problema crônico de dores no quadril do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prevista para a manhã da próxima sexta-feira (29).

O petista deve dar entrada no hospital na própria sexta, e ficar internado até a próxima terça-feira (3).

Lula fará uma artroplastia total de quadril no lado direito. A cirurgia deve durar algumas horas e será realizada pela equipe médica de São Paulo, que acompanha o presidente há anos, na unidade do Hospital Sírio-Libanês de Brasília.

A decisão foi tomada para evitar locomoções no pós-operatório e dar mais conforto ao presidente, segundo a Secretaria de Comunicação (Secom).

Após a cirurgia, Lula vai despachar do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, por no mínimo três semanas. E deve ficar de quatro a seis semanas sem viajar.

Não há previsão de que o cargo seja transmitido para o vice-presidente Geraldo Alckmin por conta do procedimento.

A última agenda antes da cirurgia deve ser a ida à cerimônia de posse do ministro Luís Roberto Barroso na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (28).

A próxima viagem prevista na agenda do presidente é a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 – a COP28 –, que acontece nos Emirados Árabes Unidos, a partir de 30 de novembro.

Lula tem artrose e reclama de dores no quadril há meses

Diagnosticado com um quadro de artrose, o presidente reclama há meses das dores que sente no quadril.

Durante sua live semanal “Conversa com o Presidente”, em julho, ele disse: “Eu tô como jogador de bola que não quer dizer pro técnico que está com dor para não ir pro banco. Eu tenho um problema na cabeça do fêmur. Faz tempo que eu tenho isso (…) Eu quero fazer a cirurgia porque eu não quero ficar com dor. Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro.”

“Eu sinto que estou com mau-humor com os companheiros. Quando eu coloco o pé no chão, já dói. E eu tenho que falar ‘bom dia’ e às vezes eu não consigo. Às vezes fica visível no meu rosto que eu estou irritado, que eu estou nervoso. Você vai ficando uma pessoa chata, incômoda. Então, eu estou chegando à conclusão que eu tenho que operar”, completou.

Ainda em julho, o presidente chegou a passar por dois procedimentos médicos pouco invasivos para aliviar as dores.

A artrose é o desgaste da cartilagem que reveste nossas articulações. Ou seja, no local onde dois ossos se encontram, existe um tecido de cartilagem que age como amortecedor, facilitando a movimentação das articulações e liberando a amplitude dos movimentos.

O desgaste das cartilagens ao longo da vida é um processo natural. Por isso, a artrose é mais comum em idosos. Quando ocorre no quadril, o processo leva a um desgaste especificamente da articulação na qual a cabeça do fêmur (osso da coxa) se liga ao acetábulo (parte do osso da pelve).

Segundo o médico Leandro Ejnisman, ortopedista especializado em quadril do Hospital Albert Einstein, em um quadro de artrose, a cartilagem pode “afinar” até o ponto no qual os ossos ficam expostos. “Começa a acontecer um contato de osso com osso dentro da articulação, o que gera um quadro de dor e de limitação da amplitude de movimento”, disse.

O médico Roberto Kalil Filho, que acompanha a saúde de Lula, afirmou, em entrevista à CNN, que a cirurgia a qual Lula se submeterá é segura, resolve o problema de seu fêmur e tem pós-operatório “tranquilo”.

Entenda como é a cirurgia

Ejnisman explicou como a artroplastia de quadril é feita: “A gente substitui a cabeça do fêmur por uma cabeça protética e é feito um revestimento na região da bacia conhecida por acetábulo, que é onde ocorre o encaixe da cabeça do fêmur na bacia, com uma taça ou uma cúpula acetabular”.

De acordo com a Secom, será utilizada uma prótese híbrida no procedimento do presidente Lula. Ou seja, o componente do fêmur será fixado através de cimento acrílico, e o componente acetabular será fixado sem cimento.

Segundo os médicos, a cirurgia costuma aliviar por completo a dor dos pacientes, possibilitando um retorno às atividades normais do dia-a-dia.

 

Fonte: CNN Brasil 

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