4 de outubro de 2023

Diretor-geral da Polícia Civil do DF é exonerado após registro de ameaças a duas mulheres

Autor: Cecília Marinho

Corregedoria diz que Robson Cândido teve as quatro armas de fogo recolhidas

 

O diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, foi exonerado do mais alto posto da instituição na segunda-feira (2) após ser alvo da Corregedoria e da Delegacia da Mulher (Deam).

 

O delegado foi denunciado por duas mulheres, que registraram boletim de ocorrência por ameaças.

No depoimento, a primeira mulher teria dito que foi ameaçada por Cândido e uma amiga dela pediu ajuda a um policial e a outra amiga para que fosse socorrida à uma Deam.

A reportagem confirmou com o policial e uma amiga que essa mulher foi socorrida e levada para prestar queixa na Delegacia da Mulher na Asa Sul de Brasília. A informação também é confirmada pela polícia.

A outra mulher envolvida no caso, que também denunciou as ameaças, disse que também foi perseguida pelo delegado. Ela entregou vídeos e mensagens à polícia. As ocorrências foram registradas no domingo (1º) de noite, um dia antes de o diretor-geral pedir exoneração ao governador Ibaneis Rocha (MDB). Cândido justificou que precisava “cuidar de problemas pessoais”.

A CNN confirmou que a Corregedoria da PCDF foi acionada e recolheu as quatro armas do então diretor-geral. O caso, como é protocolo por se tratar de mulheres vítimas de violência, está sob sigilo absoluto. A Corregedoria começou a colher depoimentos dos envolvidos e trata o assunto com cautela.

“Ao tomar conhecimento, a Corregedoria avocou as ocorrências e instaurou os procedimentos necessários”, informou a PCDF.

As duas mulheres pediram medidas protetivas de urgência, que geralmente saem em até 48 horas, e ainda aguardam uma decisão judicial.

Fontes da cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que lançou em setembro uma campanha de combate à violência contra a mulher intitulada “Não ao covarde”, disseram à CNN que têm acompanhado as informações do caso e “não toleram” casos como esse.

O então diretor-geral ficou no cargo por quase cinco, durante todo o primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha, e mais nove meses nessa segunda gestão. Ele enviou um ofício pedindo demissão na segunda-feira (2) pela manhã ao chefe do Executivo. José Werick Carvalho, então chefe de gabinete, foi nomeado para o cargo.

A CNN procurou o delegado Robson Cândido e não obteve retorno. O espaço segue aberto. A comunicação da PCDF também não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem.

 

Fonte: CNN Brasil 

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