9 de outubro de 2023

Petróleo, ações e moeda israelense: como a invasão do Hamas está impactando a economia global

Autor: Cecília Marinho

Os preços do petróleo subiram enquanto parte das bolsas de valores e a moeda israelita caíam no início da semana, à medida que os investidores reagiam à guerra entre o Hamas e Israel.

 

Embora Israel não seja um grande produtor de petróleo, a escalada das tensões no Oriente Médio assustou os investidores.

A inflação, o receio de uma recessão econômica global e uma correção após meses de alta fizeram com que os preços do petróleo nos EUA caíssem de cerca de US$ 95 (R$ 488,99) há algumas semanas para pouco mais de US$ 80 (R$ 411,78) na semana passada.

Mas na manhã de segunda-feira (9), os preços do petróleo nos EUA subiram acima dos 3%, ultrapassando US$ 85 (R$ 437,52) por barril, depois de reduzirem os ganhos durante a noite.

O petróleo Brent, referência global, também subiu quase 3%, sendo negociado a quase US$ 87 (R$ 447,82) o barril.

 

Israel declarou formalmente guerra ao Hamas no domingo (8), após um ataque surpresa do grupo no sábado (7).

 

Segundo as autoridades, o conflito já deixou mais de 1000 mortos, com pelo menos 700 pessoas mortas em Israel e 400 na Palestina.

 

“Com o governo israelense alertando para uma guerra longa e difícil, há preocupações de que retaliações profundas e incessantes em Gaza possam trazer o Irã para o conflito e ter um impacto no fluxo de energia na região”, disse Susannah Streeter, chefe de dinheiro e mercados na corretora britânica Hargreaves Landsdown.

Israel intervém para apoiar o shekel

Com as hostilidades, o shekel israelense subiu para 3,93 em relação ao dólar americano na segunda-feira, nível atingido pela última vez em 2016.

 

O banco central de Israel disse que venderia até US$ 30 bilhões (R$ 154,42 bilhões) em moedas estrangeiras para estabilizar o shekel e “fornecer a liquidez necessária para o bom funcionamento contínuo dos mercados”.

 

Num comunicado, o Banco de Israel disse que forneceria um apoio adicional de US$ 15 bilhões (R$ 77,21 bilhões), se necessário, afirmando que iria “continuar monitorando o desenvolvimento [dos impactos da guerra] e analisar os mercados para agir com as ferramentas disponíveis conforme necessário”.

Mercados de ações

Futuros nos EUA

Nos mercados acionistas, os futuros de ações dos EUA – que subiram na sexta-feira (6) devido a um relatório mais forte que o esperado do mercado de trabalho americano – caíram acentuadamente no final do domingo.

 

Mas as perdas foram reduzidas depois que Israel afirmou que os combates entre as Forças de Defesa de Israel (FDI) e o Hamas dentro do país haviam cessado e que as FDI haviam retomado o controle de todas as comunidades ao redor da Faixa de Gaza.

 

Os futuros do Dow Jones caíram 125 pontos ou 0,37%, após terem registrado inicialmente uma queda de quase 200 pontos. Os futuros do S&P 500 e do Nasdaq caíram 0,5% e 0,6%, respectivamente.

 

Os investidores globais temem que o conflito em Israel possa se alastrar para toda a região e que as tensões prolongadas no Oriente Médio prejudiquem a frágil recuperação econômica global.

Bolsas europeias

As ações europeias também caíram na abertura de segunda-feira, enquanto a notícia era avaliada.

 

Mas às 06:20 no horário de Brasília, alguns índices já haviam se estabilizado, com o CAC 40 da França caindo apenas 0,1%, enquanto o DAX da Alemanha caía 0,3%. O FTSE 100 de Londres subiu 0,6%, impulsionado pelos ganhos nas ações das empresas petrolíferas.

 

Bolsas asiáticas

Na Ásia, a reação inicial entre os investidores foi mista.

 

Na China continental, o Shanghai Composto caiu 0,4% após passar a “Semana Dourada” fechado. Enquanto isso, o S&P/ASX 200 da Austrália terminou em alta de 0,2%.

 

O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,2% quando as negociações foram retomadas após suspensão devido a um tufão.

 

Enquanto isso, as bolsas de valores do Japão e da Coreia do Sul estavam fechadas devido a feriados.

 

Expectativa do mercado

A questão-chave para os mercados agora “é se o conflito permanece contido ou se se espalha para envolver outras regiões, especialmente a Arábia Saudita”, escreveram analistas da ANZ em relatório.

 

“Pelo menos inicialmente, parece que os mercados assumirão que a situação permanecerá limitada em âmbito, duração e consequências no preço do petróleo. Mas pode-se esperar maior volatilidade.”

 

Fonte: CNN Brasil

 

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