13 de outubro de 2023

E se fosse Bolsonaro?

Autor: Daniel Menezes

Cabe a especulação diante das falsas questões e do esquecimento premeditado que a extrema direita tem estabelecido nas redes sociais - e se o presidente agora fosse Jair Bolsonaro e ele tivesse que lidar com o conflito que acontece na faixa de Gaza? Vamos a imaginação histórica a partir do que foi o ex-presidente em matéria de diplomacia durante a sua gestão.

Após o ataque terrorista do Hamas, imediatamente a pressão do zapzap e as correntes no youtube e no twitter gerariam uma resposta automática do governo com um pronunciamento em vídeo declarando alinhamento total ao governo de Israel. O chanceler brasileiro, o olavista Ernesto Araújo, alegando que ataca o globalismo, impulsionaria mais teorias da conspiração. Ele sempre foi pródigo nisso. As manifetações de "mito" logo viriam. Bolsonaro chamaria todos os palestinos de terroristas, acirrando os ânimos entre as comunidades israelenses e árabes que aqui residem.

A reação seria imediata. Egito, Rúsia e os Sauditas, para ficar apenas nesses exemplos, se distanciariam do Brasil. Eles são opositores históricos de Israel. Com isso, o Brasil não teria como mais dialogar com o Egito para retirar os brasileiros que estão na faixa de Gaza pelas suas fronteiras. A Rússia dificultaria o envio de Diesel e Fertilizantes para o mercado brasileiro, insumos dos quais a nossa economia depende para se movimentar. A relação estremecida com os sauditas dificultaria invetimentos internos. Eles têm muitos recursos empregados no setor petroquímico.

Os brasileiros em Israel ainda ficariam esperando uma posição de Bolsonaro, que reclamaria gasto da operação tal como fez durante a pandemia para repatriar cidadãos que estavam na China. Ele alegou naquele momento que era preciso esperar o congresso se manifestar e elaborar novas leis. Nós não seríamos os primeiros a retirar os nossos de lá.

Com o Brasil totalmente envolvido em um conflito em que nada poderíamos fazer de efetivo, a capacidade de mediação como presidente temporário do conselho de segurança da Organização das Nações Unidas estaria completamente desestruturada. Como lider da instituição, o país seria enxergado como mero anexo de Israel e o mundo arabe não admitiria qualquer diálogo com a gente. A posição de Bolsonaro e as fake news espalhadas pelos seus filhos no twitter também ameaçariam as vendas de carne, soja etc com esse mercado importador.

Enquanto isso, Bolsonaro cumpre agenda de motociatas aos sábados com militantes que gritam a plenos pulmões: imbrochável!

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