16 de outubro de 2023

Esforços diplomáticos tentam destravar entrada de ajuda para Gaza; Israel diz que guerra “será longa”

Autor: Redação

Do CNN Brasil - A Faixa de Gaza está sendo “estrangulada” pelo cerco e pelos ataques aéreos de Israel há uma semana, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). À medida que a expectativa de um ataque terrestre do Exército israelense aumenta a preocupação e o risco para os civis em fuga, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, alertou nesta segunda-feira (16): “Esta será uma longa guerra”.

As Forças de Defesa de Israel lançam uma série de ataques aéreos e determinaram um bloqueio completo ao enclave palestino em resposta ao ataque surpresa do grupo radical islâmico Hamas em 7 de outubro, que Israel diz ter deixado pelo menos 1.400 pessoas mortas.

Após mais de uma semana de bombardeios israelenses, pelo menos 2.808 pessoas, incluindo centenas de crianças, foram mortas na Faixa de Gaza. Mais de 11 mil ficaram feridas, segundo o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh.

Na Cisjordânia ocupada, 58 pessoas foram mortas e mais de 1.250 feridas, disse o Ministério da Saúde palestino em Gaza.

Grupos de direitos humanos alertam que o cerco total imposto por Israel impedindo que bens essenciais entrem em Gaza viola o direito internacional. Civis e autoridades palestinas alertam que o suprimento de alimentos, água e combustível estão acabando.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou a violência do Hamas contra Israel de “o pior massacre do povo judeu desde o Holocausto”.

Nesta segunda-feira, secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reiterou que Israel “sempre terá o apoio dos Estados Unidos”, em uma entrevista coletiva ao lado do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.

Gallant reiterou que Israel não pretende cessar fogo tão cedo: “O preço será alto, mas vamos vencer para Israel e para o povo judeu e para os valores em que ambos os países [os EUA e Israel] acreditam.”

Segundo as Forças de Defesa de Israel, o Hamas está mantendo 199 cidadãos israelenses e estrangeiros como reféns em Gaza. O número aumentou em relação à contagem anterior de 155 reféns, e acredita-se que muitos estejam detidos no labirinto de túneis subterrâneos sob Gaza.

Os esforços diplomáticos para estabelecer um corredor humanitário e enviar suprimentos desesperadamente necessários para Gaza se intensificam a medida que os 2,3 milhões de habitantes da faixa costeira começam a sofrer com a falta de água potável, alimentos, combustível e medicamentos.

As agências humanitárias alertam que essa situação pode resultar numa crise humanitária sem precedentes.

“Gaza está sendo estrangulada e parece que o mundo neste momento perdeu a sua humanidade”, disse o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras, Philippe Lazzarini, num apelo urgente para que Israel permita que a ajuda humanitária entre no território. “Sabemos que água é vida – Gaza está ficando sem água e Gaza está ficando sem vida.”

Lazzarini disse que Israel não permitiu a entrada de “nem uma gota de água, nem um grão de trigo, nem um litro de combustível” em Gaza nos últimos oito dias e as pessoas presas no território densamente povoado estão desesperadas.

Nesta segunda-feira (16), o gabinete do primeiro-ministro de Israel negou que houvesse quaisquer acordos para a abertura da passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e o Egito – o único ponto de entrada para a Faixa de Gaza que Israel não controla.

“Neste momento não há cessar-fogo nem assistência humanitária na Faixa de Gaza em troca da saída de estrangeiros”, disse o gabinete do primeiro-ministro à CNN.

Cinco caminhões de gasolina vazios da ONU estão esperando no lado da fronteira de Gaza na esperança de cruzar para o Egito e reabastecer, disse um oficial palestino responsável pela passagem da cidade de Rafah à CNN nesta segunda-feira (16).

“Há cinco caminhões de gasolina vazios vindos de Gaza, com bandeiras da ONU, tentando entrar no Egito para abastecer, mas os portões estão fechados”, relatou o responsável.

“Não recebemos nenhuma ordem dos egípcios para abrir os portões. Esses caminhões estão de prontidão. Há grupos de pessoas esperando ao lado desses caminhões. Nada está aberto”, disse o funcionário.

O responsável afirmou que “nada passou pelo Egito” ainda, apesar de vários caminhões estarem no lado egípcio da fronteira na esperança de atravessar para entregar abastecimentos a Gaza.

Do outro lado, toneladas de materiais para ajuda humanitária de vários países, como alimentos e outros suprimentos, estão retidas na Península do Sinai, no Egito, há dias.

O gabinete do primeiro-ministro israelense negou a existência de quaisquer acordos para a abertura da fronteira entre Gaza e o Egito. 

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