17 de outubro de 2023

Álvaro Dias não é mais senhor do processo sucessório em Natal em 2024 e terá menor margem de manobra em 2026

Autor: Daniel Menezes

O prefeito de Natal Álvaro Dias terminou de operar de vez um processo de mudança - em frente a uma comitiva do governo federal no RN, amplamente publicizada, disse que seu partido faz parte da base do PT e teceu homenagens e elogios ao presidente Lula, o mesmo que fez de tudo para derrotar em 2022, inclusive organizando reuniões ilegais de achaque de médicos e empresários contra eleitores trabalhadores e pacientes. Foi uma virada e tanto.

O giro representa algumas sinalizações claras: 

1 A admissão de que depende do governo federal pra finalizar obras locais em Natal, as que disse (agora sabemos ser falso) em 2022 que estavam garantidas por Jair Bolsonaro e Rogério Marinho, seus candidatos;

2 Ele manda aquele abraço de despedida para uma candidatura própria, como vinha tentando viabilizar. Pode até dizer que ainda pensa em lançar algum secretário de sua administração. Mas ao se colocar como dentro da base do PT, dependerá de acordos com terceiros e não tem como mais impor um nome seu de forma isolada, sem conversar com mais ninguém;

3 Apoiará alguém cedendo poder. E aí os nomes são os mais variados. Ele anda citando na imprensa local Paulinho Freire, Rafael Motta e Natália Bonavides. Este blogueiro também não descartaria o nome do ex-prefeito Carlos Eduardo. Ele precisa de alguém já com musculatura para não ser derrotado ano que vem;

4 A cessão de poder para a formação da coligação em 2024 acarretará em menor margem de manobra em 2026. Ele ficará mais a mercê, não apenas do que sairá das urnas ano que vem, como também do que as outras lideranças políticas irão acordar a partir de agora. Caso fizesse alguém mais próximo a si mesmo vitorioso, teria a máquina na mão e mais liberdade para agir em 2026. Não é mais o caso.

PS. Dois pontos foram fundamentais para Álvaro Dias fazer esse giro: 1. a necessidade de acessar recursos federais para finalizar bem o seu mandato; 2. a queda na avaliação de sua administração em Natal, inviabilizando a possibilidade dele liderar com folga o processo sucessório do ano que vem. Venceu o seu senso de sobrevivência.

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