O melhor caminho para não perder a conta nas redes sociais é não cometer crimes

Autor: Daniel Menezes

Em busca da normalização de conduta delituosa e na procura pelo perdão para os crimes dos golpistas e seus líderes, o bolsonarismo criou novo sentido existencial para eles - eles estão agora em luta contra uma ditadura do judicário.

Os bolsonaristas têm como característica a reiterada procura pelo combate a um mal supremo da vez (vacinas experimentais, urnas fraudadas, combate ao comunismo, etc), um modo inventado pelos seus líderes para manter essa militância sempre em alerta e postando adoidado tudo que eles querem.

Ora, trata-se de argumentação risível. Pessoas que passam o dia espalhando mentiras para todos os lados e metendo o pau no governo (meter o pau no governo é um direito) seguem suas vidas normalmente, no entanto, alegam que vivemos numa ditadura.

Eles são os mesmos que tentam justificar o período ditatorial militar de 64 a 85 como um momento de paz e harmonia da paisagem brasileira. Eles normalizaram acampamentos golpistas e incursões contra as instituições no período eleitoral e depois da derrota do seu líder maior nas urnas, mesmo com uma utilização ímpar do Estado durante a campanha.

Contradições e hipocrisias deixadas de lado, não quer perder a conta na internet? Basta não organizar e pregar atos criminosos, como uma tentativa de golpe. É o jeito mais fácil de manter o perfil nas redes sociais em funcionamento. Tudo bem que bolsonaristas não acham, mas golpe é crime contra a coletividade aqui no Brasil ou em qualquer outra democracia estabelecida.

Nos EUA, Donald Trump, por exemplo, perdeu o direito de twitter após insuflar a invasão a capitólio. Lá já há 450 cumprindo pena de prisão por insurreição contra a eleição. Na Europa personalidades que pregaram conteúdo antivacina na pandemia, que levava à morte quem acreditava nele, também estão sem acesso às redes sociais.

A questão é que uma parcela do eleitorado brasileiro sonha em passear nos EUA ou na Europa, mas quer viver mesmo em ambiente de terra arrasada.

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