14 de dezembro de 2022

“Jean Paul Prates entende do setor”, diz Haddad sobre presidência da Petrobras

Autor: Redação

Do estadão – O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta-feira (14) que o próximo presidente da Petrobras terá de ser alguém que “entende do setor” de petróleo. Questionado sobre o nome do senador Jean Paul Prates (PT-RN) durante entrevista à GloboNews, o petista se limitou a responder que ele “entende do setor”.

Durante a sabatina, Haddad afirmou que uma reunião com o futuro presidente da empresa será sua prioridade, assim que o nome for definido pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sobre a política de preços da Petrobras, o futuro ministro declarou que será necessário estudar alternativas, especialmente em um momento de queda do petróleo no mercado internacional.

— A suavização é uma prática corrente. Os preços de combustíveis são importantes no país, devido à dependência do Brasil da malha rodoviária. Vamos ver o presidente da Petrobras que o Lula escolhe. Você pode ter certeza que a primeira coisa que eu vou fazer é sentar com ele — comentou.

Ele reconheceu ainda que a política de preços de combustíveis adotada no começo da década passada — no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) — acabou prejudicando o etanol.

Haddad ressaltou também que um equívoco do governo de Dilma foi não ter percebido que a crise econômica enfrentada tinha elementos estruturais, embora tenha elogiado a maneira como o governo Lula enfrentou a crise de 2008, com medidas anticíclicas.

Concessões e PPPs

Haddad defendeu ainda a adoção de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para viabilizar investimentos e obras de infraestrutura no próximo governo. 

— Há um conjunto enorme de projetos sustentáveis que podem ser concedidos para a iniciativa privada: concessão de aeroporto, de estrada, tudo adotando princípios como de modicidade tarifária — explicou.

Ele comentou que a China estabelece muitas PPPs para “fazer as coisas crescerem” e que concessões e PPPs “têm de entrar na ordem do dia”. 

— Temos de destravar. Na área de mobilidade urbana, não tem como fechar conta (do preço dos projetos) sem PPP. Há muitas concessões a serem feitas que não dependem de recurso público — completou.

Argumentou ainda que a governança dos projetos se torna “mais robusta” com o envolvimento da iniciativa privada: 

— Muitos projetos dependem de uma pequena contribuição do Estado.

Haddad lembrou que o programa Prouni, que oferecia bolsas para estudantes cursarem o Ensino Superior em faculdades privadas, também é uma PPP.

Por último, ele destacou que, a convite do ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, foi a Brasília para “fazer a lei das PPPs”. 

— Uma das razões pelas quais trouxe (o futuro secretário executivo da Fazenda, Gabriel) Galípolo é que ele é especialista em PPP — pontuou.