Golpistas acampados não vivem mais nessa realidade e só sairão da porta dos quartéis pela força

Autor: Redação

Há a aposta de que, após Lula assumir, os seguidores do mito irão sair da porta dos quartéis. Quem acredita nisso ainda não entendeu o milenarismo de seita que sustenta o movimento. Realidade e convencimento não funcionam mais. No dia 1, quando forem traídos pelos fatos mais uma vez, vão inventar novas profecias mais radicalizadoras. Tem sido assim desde a pandemia – vacinas não funcionam, ivermectina protege contra o coronavírus, mídia inventou a pandemia, pesquisas são falsas, não existe fome no Brasil, Bolsonaro vai ganhar, Lula não vai assumir, as urnas foram fraudadas. A lista é interminável.

Eles só sairão de lá pela força ou, no máximo, a partir de nova situação alicerçada em novo movimento com nova profecia e outra forma de ocupação espaço ou condição. Todos ali foram longe demais. E admitir que foram usados e enganados não é uma opção psicológica possível. E, quando ocorrer – o futuro ministro da justiça Flávio Dino já disse que não aceitará a lei sendo jogada no lixo como na situação hoje desenhada -, o bolsonarismo irá alegar que há abuso de poder, institucionalização do comunismo e por aí vai.

Jair Bolsonaro insuflou seus seguidores com mais teorias da conspiração, os deixou mobilizados para ter fonte de barganha em prol de salário extra do seu partido (ele conseguiu) e tentar se livrar dos seus processos. Responsabilidade não é forte dos militantes do presidente que vai continuar com suas férias nos EUA. O campo da direita, hoje ocupado por extremistas, continuará a ser guiado pela radicalidade.