30 de janeiro de 2023

A senha da “normalidade democrática” para a candidatura de Rogério Marinho à presidência do senado

Autor: Redação

O senador eleito Rogério Marinho diz que sua candidatura à presidência do senado visa reestabelecer a “normalidade democrática”. O que isto significa na prática, já que “democracia” é uma palavra vazia se não for devidamente qualificada? Ele tem dito que deseja a harmonia entre os poderes e o fim da ameaça da censura. Pronto, a senha está dada.

Marinho critica a atuação do judiciário. Para ele, o ministro Alexandre de Moraes não podia fazer o que faz, como indicou em discurso no lançamento de sua candidatura. Também já mencionou em seu twitter que há censura no país. A base de todo o discurso de Rogério é em apresentar sustentação para o bolsonarismo, relativizando os clamores criminosos por golpe e querendo que o judiciário não combata a tentativa de um grupo de não respeitar a vontade das urnas. Sobre a utilização, para ficar apenas neste exemplo, da polícia rodoviária federal, que tentou impedir eleitores do nordeste de chegarem até a urna, ele nada diz. Não fosse a ação do judiciário, que Rogério diz agir de forma descompassada, a PRF teria completado a incursão já proibida pela justiça e claramente golpista.

Como está hoje no portal UOL, a candidatura de Rogério Marinho é base para manter um campo de poder para o bolsonarismo. Daí a insistência dele em atacar uma alegada censura – sinônimo hoje de permitir que líderes usem seus espaços de poder e de fala para pregar golpe, como tem acontecido – e equilibrar os poderes, isto é, limitar a ação do judiciário contra a prática de crimes por uma parcela da classe política radicalizada.

As chances de Rogério Marinho são escassas. Rodrigo Pacheco reúne a maioria dos votos e deve levar. Mas Marinho já é vencedor. Será um dos líderes da extrema direita – pela agenda que está defendendo – no senado.