6 de fevereiro de 2023

Uma aproximação entre Fátima Bezerra e Álvaro Dias é possível?

Autor: Redação

Uma possível aproximação entre a governadora do RN Fátima Bezerra e o prefeito de Natal Álvaro Dias tem sido especulada. Dias depende do governo federal para executar obras já dadas como certas por ele e Rogério Marinho, seu candidato durante o pleito em 2022. O fato é que não há recurso para elas, conforme membros da prefeitura do Natal já falaram abertamente na imprensa. Álvaro Dias e Rogério Marinho cometeram estelionato eleitoral em 2022, Marinho se elegeu senador e o pepino ficou para o prefeito descascar, tendo que agora negociar com quem ele fez de tudo para derrotar.

Avaliando a correlação de forças diante dos interesses futuros de disputa pelo poder, só há um meio de Álvaro Dias se aproximar de Fátima Bezerra e, quem sabe, tecer uma aliança. Ora, ele teria de praticamente abrir mão de seu futuro político. Isto porque teria de apoiar Natália Bonavides em Natal, candidatíssima do PT para 2024. A possibilidade é improvável. E, ainda que lance um candidato próprio e feche um “acordo de não agressão com o PT”, como ficaria 2026? Certamente ele tem planos para continuar na política depois que o seu mandato acabar.

Para ter fôlego em 2026, o prefeito de Natal precisa fazer o sucessor em Natal, para ter máquina de apoio e dessa forma tentar o governo ou o senado na próxima disputa estadual. A governadora Fátima Bezerra apoiaria Álvaro para o governo? Bastante complicado. Há Walter Alves e outros nomes já com tal perspectiva. E iria junto com ele para o senado? Teremos duas vagas disponíveis em 2026. Ora, Fátima pode se desincompatibilizar do cargo para voltar ao senado ou cumprir todo o mandato de governadora. Se for candidata em 2026, a governadora faria dobradinha com Álvaro Dias? Isto tendo Zenaide Maia ou mesmo Ezequiel Ferreira, ambos de seu grupo também almejando uma cadeira no senado? Difícil. O problema também persiste ainda que Fátima cumpra todo o mandato.

O único meio possível de uma aproximação seria Álvaro Dias abrir mão de suas perspectivas de poder e passar, por exemplo, a depositá-las no filho, Adjuto Dias, que é hoje deputado estadual. Trata-se de um caminho sinuoso, mas o único com alguma viabilidade. Ocorre que o PT também tem pouco a oferecer ao filho de Álvaro, dado que os dois biênios da assembleia já estão preenchidos por Ezequiel Ferreira.

Portanto, depois de todo esse preâmbulo, este modesto blogueiro chega a uma resposta. Na política é sempre de bom tom nunca dizer nunca. Ainda assim, uma aliança entre os dois é remota. Só se alguém imaginar que um prefeito que distribuiu remédio para verme em período eleitoral, dizendo que estava protegendo de contágio pessoas inocentes numa pandemia de vírus incurável, irá se desapegar do poder.