Temor por uma delação de Anderson Torres mobiliza o bolsonarismo para retirá-lo da prisão especial

Autor: Redação

Parece que o ex-ministro Anderson Torres não tem bom estado de saúde só para permanecer preso. Pra enganar a polícia, aí segue em grande forma. Anderson Torres deu à PF senhas inválidas para acesso à nuvem de celular. Na última semana, Torres encheu a imprensa com matérias a respeito de seu sofrimento psíquico por se encontrar privado de liberdade em um espaço próprio, com cama, tv, microondas e mesa de trabalho.

A extrema direita liderada por Rogério Marinho tenta retirá-lo de todas as formas da prisão. Com Torres foi encontrada uma minuta com um programa de golpe nas eleições. Também estava com ele o plano de uso da polícia rodoviária federal para impedir a ida do eleitor do nordeste, de maioria lulista, até a urna. Por fim, um dia antes dos atos golpistas de 8 de Janeiro, ele diminuiu à metade o efetivo da polícia militar responsável por proteger a praça dos poderes de Brasília. Ele é peça chave da trama golpista e, se abrir a boca, complicará de vez o bolsonarismo.

Um grupo de parlamentares bolsonaristas se mobilizou para denunciar a permanência de Torres na prisão. Segundo eles, Torres está sofrendo e pode responder às investigações em prisão domiciliar, já que não tem condenação. O medo é grande e gera tal reação. As prisões do Brasil estão abarrotadas de pessoas trancafiadas por pequenos delitos, infinitamente menores do que os cometidos pelo ex-secretário de segurança do DF, sem qualquer condenação. A seletividade bolsonarista é indisfarçável.