3 de maio de 2023

Bolsonaro chora, nega participação em fraude e fala mal de vacinas

Autor: Redação

Em entrevista concedida ao programa Pânico da Jovem Pan nesta quarta-feira (3) após a operação de busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro chorou e falou com a voz embargada ao rememorar a ação dos agentes no interior de sua residência.

O imóvel onde vive Bolsonaro foi alvo de busca, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de falsificação de dados de vacinação dele, de um ajudante de ordens e de sua filha de 12 anos, Laura.

Durante a entrevista, o ex-presidente repetiu que não tomou qualquer vacina contra a covid-19 e negou ter participado de falsificação de documentos. "No tocante à fraude, da minha parte, zero, zero", afirmou.

Bolsonaro disse que, na época de seu mandato como presidente, costumava perguntar a assessores se o país em que ele pretendia viajar exigia comprovação de vacinação. "Se é sim, eu não viajo", completou, reproduzindo o que seria a continuação do diálogo.

Ele disse ainda que nos Estados Unidos nunca foi exigido dele qualquer comprovante de vacinação. Isso porque, completou, o tratamento dado a chefe de Estado é diferente do que é reservado a cidadãos comuns.

Sobre a operação da PF, Bolsonaro afirmou que foi "tratado muito bem" pelos agentes durante a ação na manhã desta quarta. "Em nenhum momento houve exagero, voz mais alta, falta de educação. Muito pelo contrário. Acredito até que eu senti constrangimento em alguns policiais federais, foram corteses comigo."

O ex-presidente disse que seu telefone celular foi levado e que o aparelho não tem senha: "Nunca tive senha no meu telefone".

Bolsonaro aproveitou a ocasião para voltar a fazer propaganda negativa das vacinas contra a covid-19. Disse que não tomou qualquer imunizante "em especial" depois de ler a bula do produto da Pfizer.

A voz ficou embargada, os olhos lacrimejaram e ele fez uma pausa ao falar sobre a ex-primeira-dama. "Acharam o cartão de vacina da minha esposa, a Michelle... É... Tiraram fotografia do cartão de vacina dela. A suspeita era de fraude. Ela foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos. Eu não tomei vacina lá, não tomei em lugar nenhum. Ela tomou a vacina Jansen, passou mal logo na volta ao Brasil. No ano passado voltou a ter uma crise e o médico falou que era por causa da vacina."

O ex-presidente disse na sequência que optou por não vacinar a filha, de 12 anos, porque, segundo ele, um médico consultado afirmou não saber o que fazer se ela tivesse falta de ar, palpitação e dor no peito após a vacina.

Segundo ele, a filha tem um atestado médico que a dispensa de tomar a vacina.

As operações de busca foram realizadas em 16 endereços em Brasília e no Rio. Além disso, seis pessoas foram presas. Entre os detidos estão o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, um ex-assessor e um ex-integrante da equipe de sua segurança.

Fonte: Valor Econômico

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