A escolha de Fátima: pragmatismo e o campo da esquerda

Autor: Thiago Medeiros

Considerando as informações publicadas pelo "O Potiguar" através de Daniel Menezes, em que fontes próximas a Governadora Fátima afirmam que ela não estaria disposta a "brigar" politicamente com seus aliadas pelos apoios em projetos municipais, revelam uma política pragmática, que busca manter a coesão e governabilidade durante os 4 anos de sua reeleição.

Forçar apoio aos seus candidatos (diga-se do PT) na cidades poderia provocar um racha na base do governo, além de em caso de derrota fechar portas para inclusive, claro, o projeto político da governadora em 2026, que poderá ser o Senado Federal.

Além do pragmatismo político, pode ser cobrado de Fátima uma coerência em termos de construção de um projeto de poder da esquerda, ou até mesmo a manutenção, vida a Bahia. Ao menos espera-se que em algumas cidades polos, como Natal, Mossoró, São Gonçalo e outras, a governadora possa conseguir ao máximo bons apoios para tentar a vitória do seus candidatos, principalmente quando for do seu partido.

Caso não o faça, Fátima mostra internamente outras preocupaçãoes mais pessoais do que grupo. Fontes ligadas ao partido com quem conversei, esperam forte apoio de Fatima e também de aliados do Governo nas principais cidades do Estado. Caso isso não seja demonstrado já este ano, pode gerar discussões internas no próprio partido.

A habilidade de Fátima será testar em conseguir equilibrar seu pragmatismo político, viabilizando o governo e sua candidatura para 2026, mas também pesa, satisfazer seu partido e mostrar que o projeto de 2026 dará uma continuidade do campo da esquerda no poder e que não será meramente pessoal, entregando o poder para qualquer um.

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