Comoção sobre saída de Ricardo Chaves do Carnatal é sintoma de nossa crise

Autor: Daniel Menezes

Ainda estou estupefato com a operação que nos deixou reféns de uma empresa privada, que após comprar durante a gestão Jair Bolsonaro a única refinaria de petróleo da região abaixo do valor de mercado e que abastece o RN, a Clara Camarão, tem agora a condição de impor qualquer preço a toda uma população. Assim que assumiu a semana passada, a 3R Petroleum impôs um aumento de 0,23 na gasolina e 0,51 no litro do diesel além do que é praticado nas outras refinarias do país. Na bomba final para o consumidor, a elevação foi sentida semana passada.

Isto deveria gerar amplo debate, além de revolta. Mas zapeando por sites e blogs, vi que há, na verdade, um grande questionamento sobre o fato de que Ricardo Chaves não irá cantar esse ano no carnatal. Por mais que se goste do cantor, e as pessoas obviamente podem amar o que elas quiserem, um tema diz respeito ao desenvolvimento do RN e que onerará as contas de todos. A música que será tocada na festa privada é algo de menor importância.

A crise é de agenda. Sem um bom debate no espaço público, os problemas não são enfrentados e o desenvolvimento não acontece. E, me desculpe os fãs, mas haverá vida com ou sem Ricardo Chaves no Carnatal. 

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