21 de junho de 2023

Eleições 2024 em Natal: sem o apoio de Álvaro Dias, a direita não irá a lugar algum; três tendências se formam na capital

Autor: Daniel Menezes

Avaliando as últimas pesquisas que saíram sobre a corrida eleitoral em Natal para 2024, já é possível perceber um claro delineamento de três polos competitivos. 

Primeiro, com a queda da avaliação de Álvaro Dias, uma parcela do eleitorado está se situando em torno do nome de Carlos Eduardo, exercendo o comportamento que se chama na ciência política de retrospectivo - o eleitor olha o contexto atual e pensa no retorno a um passado que considera melhor. Além de já ter um histórico de serviços prestados como ex-prefeito, CE se fortalece ainda mais com essa conjuntura estabelecida. Daí liderar todas as pesquisas. Ele é um polo bastante competitivo na disputa.

O segundo campo vem com a postulação de Natália Bonavides. A deputada federal trará a força do PT na capital que, em que pese nunca ter vencido um pleito municipal por aqui, sempre figura entre as primeiras posições. Natália contará com o apoio de Fátima e Lula. Ela tenta embalar a força do novo, da mudança. Vencerá? Este não é o ponto do prognóstico a ser cravado agora. O que se deseja fincar é que terá votação pujante.

O terceiro espaço de possibilidade aparece com o prefeito Álvaro Dias. Sua avaliação positiva já foi melhor e, hoje, ele patina numa divisão entre aprovação e reprovação na percepção do eleitor natalense mais ou menos no mesmo patamar.

Nesse formato de aprovação alinhada com a reprovação, ele não consegue fazer um sucessor desconhecido, como vem apontando ser o seu desejo. Mas, ainda que ingresse com um novato na disputa municipal, o prefeito emprestará boa votação ao dito cujo. Dias quer eleger alguém capaz de controlar completamente para contar com o apoio da máquina, sem qualquer corpo mole, e se candidatar em 2026. Com o espólio eleitoral que possui, é capaz de posicionar alguém com desempenho digno de nota na capital. 

Ora, são essas as três direções postas na disputa. 

Hoje, a imprensa local noticiou que Paulinho Freire, Styvenson, Girão e outros possíveis nomes trabalham para a unificação de forças. A questão é que esse grupo só irá pra frente se Dias, que se encontra mais próximo dessa matriz ideológica, estiver nele. Do contrário, não irá longe. A disputa não teria espaço para uma quarta candidatura competitiva, já que os votos à direita seriam estrategicamente sugados pelos polos de Carlos Eduardo e Álvaro Dias.

É fato que o prefeito Álvaro Dias pode melhorar sua avaliação até o pleito, gerando maior sinergia para angariar votos para o seu sucessor. Caso ocorra, a postulação de um grupo à direita sem Dias, que atualmente já é bem precária em termos competitivos, ficaria completamente inviabilizada.

O delineamento da competição já é bem claro em Natal. As votações expressivas virão diretamente dos passos de Carlos Eduardo, Natália Bonavides e Álvaro Dias. Não acredito em mudança até 2024 nessa tendência. 

O que está em jogo agora em termos de possível alteração na tendência é se Álvaro Dias irá com um candidato já conhecido (que pode ser alguém do grupo à direita citado acima), correndo o risco de receber um corpo mole como pagamento em 2026 - caso deixe ponta solta no acordo a ser formado -, ou se vai com algum marinheiro de primeira viagem em Natal.

O resto me parece secundário. E, como sempre deixo claro nas minhas avaliações, quero ser cobrado por ela mais adiante.

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