22 de agosto de 2023

PF intima Bolsonaro a depor no caso dos empresários que discutiram um golpe de Estado

Autor: Redação

Do G1 - Uma mensagem com fake news, ataques ao STF e à Justiça Eleitoral encontrada no celular de um empresário levou a Polícia Federal a intimar o ex-presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento.

A mensagem enviada em junho de 2022 consta em um relatório da Polícia Federal sobre a quebra de sigilo das comunicações de empresários bolsonaristas que trocaram mensagens de teor golpista. Dois deles, continuam investigados: o empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, e Luciano Hang, da Havan.

Ao analisar o celular de Nigri, os investigadores encontraram uma conversa com um número de telefone salvo como “PR Bolsonaro 8”. A Polícia Federal afirma que a pessoa associada ao contato “PR Bolsonaro 8” enviou ao investigado Meyer Nigri, as mensagens com conteúdo não lastreado ou conhecidamente falso, atacando integrantes de instituições públicas, especialmente ministros do STF, desacreditando o processo eleitoral brasileiro. A mensagem ataca, sem provas, o TSE, o STF e o instituto de pesquisa Datafolha. Ao final, o pedido: "Repasse ao máximo". Nigri responde: "Já repassei para vários grupos".

A Polícia Federal não afirma que se trata de Jair Bolsonaro. A TV Globo apurou que a Polícia Federal já havia identificado esse mesmo número de celular na agenda de Mauro Cid, ex- ajudante de ordens do então presidente. Na investigação sobre o caso da venda de joias, esse número aparece registrado como “PR Bolsonaro ago/21”.

Na segunda-feira (21), o ministro do STF Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da Polícia Federal e prorrogou por mais 60 dias a investigação contra Meyer Nigri. Na decisão, Moraes afirmou que "há necessidade da continuidade das diligências, pois o relatório da Polícia Federal ratificou a existência de vínculo entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive com a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à democracia e ao Estado Democrático de Direito".

A Polícia Federal convocou o ex-presidente para depor no dia 31 de agosto. Será o quinto depoimento de Jair Bolsonaro em investigações abertas pela PF. Ele já teve que dar explicações sobre as joias doadas pelo governo saudita, sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, sobre a suspeita de fraude de cartões de vacinação e sobre o suposto plano de golpe denunciado pelo senador Marcos do Val.

A defesa de Meyer Nigri disse que ele jamais foi disseminador de notícias falsas; que apenas encaminhou mensagens de terceiros para fomentar o legítimo debate de ideias de forma eventual e particular; que Meyer Nigri sequer possui contas em redes sociais ou em qualquer outra plataforma de disseminação em massa; e que tem plena certeza de que ficará devidamente demostrado que não praticou crime algum.

Jornal Nacional não teve retorno da defesa de Luciano Hang.

 

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