28 de agosto de 2023

Doenças do coração matam quase um terço dos brasileiros; estilo de vida é um dos fatores de risco

Autor: Cecília Marinho

Uma das principais causas de morte no país, as doenças do coração são responsáveis por 30% dos óbitos no Brasil, o que corresponde a 400 mil mortes por ano, segundo o Ministério da Saúde.

📈 E os médicos são categóricos em afirmar: muitas delas poderiam ter sido evitadas com detecção precoceprevenção e controle dos fatores de risco, como tabagismo, diabetes, hipertensão e obesidade(Leia mais abaixo.)

🚨 Atualmente, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma enfermidade cardiovascular no Brasil.

Em parte, isso se deve ao ritmo da vida moderna, dietas com muito sal, gordura e açúcares, além de estresse e pouca atividade física.

— César Jardim, cardiologista e diretor clínico do Hcor

🩺 Apesar da importância da prevenção, um estudo da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) aponta que cerca de 23% dos brasileiros nunca foram ao cardiologista.

Somente entre 2017 e 2021, mais de 7 milhões de brasileiros perderam a vida devido a doenças do coração. Os dados são do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), ligado ao ministério, e levam em conta todas as doenças que afetam o órgão e/ou os seus vasos sanguíneos.

Em 2023, a Sociedade Brasileira de Cardiologia estima, por meio de seu "Cardiômetro", ferramenta que considera cálculos estatísticos e dados oficiais de óbitos, que mais de 264 mil mortes ligadas a essas condições haviam sido registradas no país até a manhã desta segunda (28).

🌍💔 Globalmente, as doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca, também prevalecem, sendo responsáveis por 17,9 milhões de mortes em 2019, ou 32% do total das mortes no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Neste domingo (27), o apresentador Fausto Silva passou por um transplante de coração após ser identificada uma insuficiência cardíaca.

Abaixo, veja as causas das doenças do coração, diagnóstico e cuidados:

 

1. Fatores genéticos e comportamentais

 

➡️ Algumas pessoas já nascem com alguma malformação na estrutura do coração. Elas são chamadas de cardiopatias congênitas e podem ser identificados em exames pré-natais, embora nem sempre isso ocorra.

Segundo o NHS, o serviço de saúde britânico, alguns fatores de risco que aumentam a probabilidade de cardiopatias congênitas incluem:

 

  • Síndrome de Down - distúrbio genético que afeta o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê;
  • Infecções maternas, como rubéola, ao longo da gestação;
  • Uso de certos medicamentos pela mãe durante a gravidez;
  • Tabagismo ou consumo de álcool pela mãe durante a gravidez;
  • Diabetes tipo 1 ou tipo 2 mal controlado da mãe;
  • E outras anomalias cromossômicas, que podem ser hereditárias.

 

➡️ As doenças cardíacas podem surgir ao longo da vida devido a fatores de risco comportamentais: dieta não saudável, sedentarismo, tabagismo, uso prejudicial de álcool e estresse emocional.

 

Esses fatores podem levar ao aumento da pressão arterial e dos níveis de glicose e lipídios no sangue, ao excesso de peso e à obesidade.

 

"Geralmente, as doenças cardiovasculares decorrem da combinação de fatores genéticos e ambientais clássicos, que podem ser relacionados a mutações genéticas específicas herdadas e se manifestar em pessoas mais jovens", explica Rafael Amorim, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

2. Evolução silenciosa, exames e diagnóstico precoce

 

Para garantir tratamentos mais eficazes, especialistas reforçam a importância de iniciar a prevenção o quanto antes.

Diversos problemas cardiovasculares podem ser identificados em estágios iniciais por exames como eletrocardiogramas, testes de estresse durante exercícios, radiografias e exames de sangue.

No caso da insuficiência cardíaca, por exemplo, o exame que dá o diagnóstico é o ecocardiograma, que usa ondas sonoras para examinar o coração.

Como o histórico genético tem peso importante no risco cardiovascular, o cardiologista César Jardim ressalta que é necessário um cuidado adicional com os fatores de risco e que pacientes saudáveis, mas com histórico familiar de doença cardíaca, devem iniciar avaliações de check-up mais cedo.

Boa parte desses fatores evoluem de forma silenciosa. Portanto, é através de exames rotineiros que se identifica a doença.

— César Jardim, cardiologista e diretor Clínico do Hcor.

Aliado a isso, a maioria dos jovens pensam que doenças cardíacas só acometem idosos, o que não é verdade.

Como mostrou o podcast "O Assunto", os casos de infartos registrados por mês mais que dobraram nos últimos 15 anos no Brasil, e a média mensal de internações decorrentes subiu quase 160% no mesmo período - entre jovens de até 30 anos, o crescimento foi 10% acima da média.

 Fonte: G1 

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