À CNN, Múcio diz que “está muito em cima” para PEC das Forças Armadas valer para 2024

Autor: Cecília Marinho

José Múcio, ministro da Defesa, avaliou que “está muito em cima” para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Forças Armadas valer para 2024, durante entrevista exclusiva à CNN nesta quarta-feira (30).

“Acho que, para 2024, está muito em cima, então, pelo menos, se servir para 2026 é uma coisa boa”, colocou.

O texto, se aprovado, fará com que os militares que queiram se candidatar em eleições tenham que entrar para a reserva. Ainda assim, não será proibido que ocupem cargo de ministro.

O apoio do governo federal a essa proposta foi anunciado oficialmente nesta quarta, em coletiva de imprensa, após reunião no Ministério da Defesa. No encontro, estiveram presentes Múcio, Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner, líder do governo no Senado, e outros governistas.

José Múcio classificou o entendimento como “uma grande vitória”, destacando que os chefes das Forças Armadas concordaram com a proposta, estando o assunto “absolutamente pacificado” internamente.

“O militar que for candidato e não obtiver êxito na eleição, não volta mais para os quartéis, para não fazer da vida militar um trampolim, já que é uma atividade que precisa carreira, tempo de serviço, tem hierarquia, tem disciplina… e a carreira política, não”, afirmou.

Sobre a permissão para que os militares chefiem ministérios, ele ressaltou que a justificativa posta é que isso depende de convite do presidente da República e de liberação do ministro da Defesa. Já a candidatura é uma iniciativa pessoal e particular.

Durante a entrevista à CNN, José Múcio foi perguntado sobre outras propostas sobre o tema, mas que também legislariam sobre GLO e o artigo 142 da Constituição — citado por eleitores de Jair Bolsonaro (PL) na ideia de que as Forças Armadas poderiam dar um golpe de Estado.

Ele ponderou que “se misturarmos o assunto, vai dificultar o que nós queremos: o básico, de separar a vida política da militar”, e que, por enquanto, a iniciativa do Senado será muito boa.

Fonte: CNN Brasil 

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