4 de setembro de 2023
Após últimos anos de queda, Brasil registra alta na vacinação infantil
Autor: RedaçãoDa REvista Veja - A queda da vacinação infantil no Brasil é um problema grave que afeta a saúde pública. Vários fatores contribuem para essa situação, como o negacionismo incentivado pelo governo Bolsonaro, a falta de conscientização dos pais sobre a importância e a segurança das vacinas, as dificuldades de acesso aos postos de saúde e a circulação de informações falsas sobre os imunizantes. Esses fatores levam ao ressurgimento de doenças que já tinham sido eliminadas, como o sarampo, colocando em risco a vida de milhares de crianças.
O Brasil comemora 50 anos do PNI (Programa Nacional de Imunizações) com um avanço na vacinação infantil. Uma pesquisa do Observa Infância, parceria entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a Unifase, baseada nos sistemas públicos de saúde, mostrou que a cobertura vacinal para crianças com menos de dois anos aumentou para quatro vacinas essenciais do calendário nacional: BCG (que previne as formas graves da tuberculose), pólio (contra a paralisia infantil), DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) e MMRV (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela).
Segundo o estudo, as quatro vacinas tiveram crescimento na cobertura entre 2021 e 2022, mas somente a BCG superou a meta recomendada pelo Ministério da Saúde, com elevação de 19,7 pontos percentuais, chegando a 99,5%. A meta anual da pasta é imunizar 90% dos bebês menores de um ano.
A cobertura para o esquema vacinal de três doses da vacina contra a poliomielite, no primeiro ano do bebê, também subiu 9,7 pontos percentuais, mas ficou quase dez abaixo da meta de 95%, atingindo 85,3%. A dose de reforço da gotinha da pólio, dada aos 15 meses da criança, porém, só alcançou 69,7 pontos percentuais de cobertura, embora também tenha registrado um aumento de 6,25%.
A vacina DTP para crianças menores de um ano teve crescimento de 9,1 pontos percentuais, chegando a 85,3%, mas não atingiu a meta de 95% de cobertura vacinal, assim como a dose de reforço, que alcançou 68,9%. A vacina combinada MMRV (tetraviral) também teve alta de 3,5 pontos percentuais, mas ainda com baixo desempenho, de 59,6%, de cobertura no país - vale lembrar que esta é a vacina do sarampo, doença que reapareceu no país fazendo com que o Brasil perdesse o certificado oficial de erradicação do sarampo em 2019.
O Ministério da Saúde afirma que é prioridade do governo ampliar as coberturas vacinais no país.
[0] Comentários | Deixe seu comentário."A recuperação [da confiança da população] é um desafio que estamos vencendo", afirmou Nísia Trindade, em entrevista à Agência Brasil. Segundo a ministra da saúde, a retomada das altas coberturas vacinais é uma missão de toda a sociedade o governo trabalha para retomar seu papel como autoridade sanitária e como referência mundial em vacinação. "A vacinação é um dos grandes ganhos civilizacionais."