4 de setembro de 2023

Na reta final, CPI do MST espera fechar cerco ao governo e convocar ministro de Lula

Autor: Cecília Marinho

Na reta final dos trabalhos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga atos do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) se prepara para as últimas investidas antes de o relator do colegiado, deputado Ricardo Salles (PL-SP), elaborar o relatório final.

Pelo cronograma, a CPI tem prazo para funcionar até 14 de setembro. Até lá, deputados da oposição esperam fechar o cerco ao governo, segundo relatos feitos à CNN.

Nesta segunda-feira (4), o colegiado vai colher o depoimento de representantes do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral).

A ideia é que, após a oitiva, a comissão tenha elementos em relação ao ex-governador de Alagoas e atual ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB).

Segundo uma diligência feita pela CPI em Alagoas, no mês passado, foi constatado que o governo estadual, à época em que Renan Filho era governador, financiou atos do MST por meio do Iteral.

Procurado pela CNN, Renan Filho informou que não irá se manifestar sobre esse assunto.

Um requerimento para convocar o ministro seria analisado pela CPI na última sessão do colegiado, em 30 de agosto. O documento, porém, foi retirado de pauta após um pedido do deputado delegado Fábio Costa (PP-AL), autor do requerimento.

De acordo com Costa, a depender do depoimento desta segunda, um novo pedido de convocação poderá ser colocado em pauta. O deputado, porém, reconheceu que o calendário da comissão será apertado.

“Após o depoimento [dos representantes do Iteral], teremos elementos mais robustos em relação ao citado ex-governador, mesmo porque os pagamentos indevidos iniciaram em sua gestão. Não descarto requerer novamente a convocação dele. No entanto, ficaremos limitados pelo exíguo prazo que temos antes do encerramento da CPI”, disse Fábio Costa à CNN.

CPI do MST

A comissão do MST foi instalada em maio, motivada pelas invasões que o movimento fez neste ano. Entre janeiro e abril, por exemplo, foram feitas 33 invasões de imóveis rurais pelo Brasil, número que supera o total de ações em cada um dos últimos cinco anos.

No início de agosto, a CPI chegou a perder força quando o governo realizou uma manobra para esvaziar a comissão. Relator do colégio, o deputado Ricardo Salles chegou a dizer que encurtaria os trabalhos para apresentar seu relatório antes do prazo final, na primeira semana de setembro, mas depois voltou atrás.

Nos últimos dias, PP e Republicanos têm articulado substituições de deputados no colegiado, o que pode fazer com que o número de adversários do Palácio do Planalto aumente. Se confirmado o movimento, a oposição deve voltar a ser maioria na CPI.

Fonte: CNN Brasil 

[0] Comentários | Deixe seu comentário.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.