14 de setembro de 2023
Em relatório sobre óvnis, Nasa diz não haver evidências de origem extraterrestre nesses fenômenos
Autor: Cecília Marinho
Documento define um protocolo com regras de como deve ser feita a coleta de dados a fim de avançar na compreensão científica sobre o tema. Segundo a agência, a falta de informações confiáveis é um dos principais desafios.
A Nasa, agência espacial norte-americana, divulgou nesta quinta-feira (14) as conclusões do relatório do painel de especialistas independentes criado para definir regras sobre o estudo de "fenômenos anômalos não identificados" (UAPs, na sigla em inglês), popularmente chamados de óvnis (objetos voadores não identificados).
O documento, de 36 páginas, estabelece um protocolo com regras e abordagem científica para o estudo futuro desses óvnis e não faz a análise de objetos previamente avistados.
👉 Como já havia indicado em maio, quando discutiu publicamente o tema, a agência voltou a dizer que, atualmente, NÃO há evidência de origem extraterrestre para tais fenômenos.
A equipe de estudo independente da Nasa não encontrou nenhuma evidência de que os óvnis tenham origem extraterrestre, mas não sabemos o que são esses óvnis.
O documento afirma que "não há razão para concluir que os relatórios existentes de óvnis tenham uma fonte extraterrestre", mas não descarta que possam vir a surgir elementos no sentido contrário.
Entrevista coletiva do painel da Nasa sobre o resultado do relatório oficial de óvnis. — Foto: Nasa/Reprodução
Está em nosso DNA explorar e perguntar por que as coisas são como são. (...) E há muito mais para aprendermos.— Bill Nelson, diretor da Nasa
O que diz o relatório
Em resumo, os principais pontos do documento afirmam que:
- A Nasa pode contribuir nos estudos sobre os chamados Fenômenos Anômalos Não Identificados (UAPs) com base em evidências e dados.
- No entanto, a falta de dados confiáveis é um dos principais desafios enfrentados pela agência na compreensão da origem desses objetos.
- Por isso, a agência enfatiza a necessidade de promover a transparência e melhorar a coleta de dados por meio de imagens de satélites, inteligência artificial e crowdsourcing (processo coletivo).
- Além disso, a Nasa considera os UAPs como um tema de interesse para a segurança nacional e a segurança aérea dos Estados Unidos. Um dos temores do governo americano é que esses objetos sejam, na verdade, de algum rival militar, como China e Rússia.
- O relatório também esclarece que, hoje em dia, não há evidências de que os UAPs tenham origem extraterrestre.
- A agência estabeleceu um banco de dados robusto para avaliar futuros fenômenos.
Ao longo do documento, a transparência, a análise rigorosa e envolvimento público são enfatizados como fundamentais para o estudo desses fenômenos.
Investigação independente
A investigação independente da Nasa, dirigida por um grupo de cientistas e especialistas em aeronáutica, foi anunciada pela agência no ano passado.
A iniciativa não tem relação com a audiência do Congresso dos Estados Unidos em julho e a investigação de 2022 baseada no Pentágono de fenômenos aéreos do tipo, documentados nos últimos anos por aviadores militares e analisados por autoridades de defesa e inteligência do país.
No mês de maio deste ano, a Nasa debateu publicamente, pela primeira vez, a análise da sua investigação independente.
O principal intuito do grupo é que não haja descrédito em torno do assunto, o que pode atrapalhar as investigações.
"Discussões como essa são fundamentais para combater o estigma em torno desse tema", disse à época Daniel Evans, astrofísico encarregado da Nasa para coordenar o estudo.
Ainda de acordo com a agência espacial, outro mote da investigação se concentra na análise de dados já disponíveis, na avaliação de uma melhor forma de coletar dados futuros e em um cálculo de como a Nasa poderá usar essas informações para avançar a compreensão da comunidade científica sobre o tema.
Nasa investigará "fenômenos aéreos não identificados". Projeto não está ligado ao esforço do Pentágono — Foto: NASA/Divulgação
No vídeo abaixo, o g1 explica por que o James Webb, da Nasa, é um supertelescópio.
Fonte: G1
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