26 de setembro de 2023

General Heleno: “É preciso uma cabeça muito bem preparada para fazer um golpe”

Autor: Cecília Marinho

Ex-ministro do GSI nega que tenha havido tentativa de golpe no Brasil em depoimento à CPMI do 8 de janeiro

 

O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do ex-presidente Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, afirmou nesta terça-feira (26), em depoimento à Comissão Parlamentar Misto de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que não houve tentativa de golpe de Estado no Brasil.

Quando questionado pela relatora da CPMI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o general Heleno defendeu que seria necessária uma estrutura muito robusta para dar um golpe em um país de dimensões como as do Brasil.

“Não houve golpe. Para caracterizar uma tentativa de golpe em um país de 8,5 milhões de km² e mais de 200 milhões de habitantes é preciso uma estrutura muito bem montada. É preciso haver uma direção, uma cabeça muito preparada para conseguir fazer um golpe em plena era da comunicação, em plena era da tecnologia, que dê certo”, disse general.

Augusto Heleno disse ainda que não teve acesso aos relatórios feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), à época controlada pela pasta chefiada por ele, que investigavam a possibilidade de supostas vulnerabilidades das urnas eletrônicas nas semanas que antecederam a live em que Jair Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas.

Heleno também afirmou não saber se o ex-presidente teve acesso ao relatório, que indicava que não havia registro de fraude nas urnas.

“Não sei, não me lembro. Esse relatório, por exemplo, não passou nas minhas mãos”, afirmou.

A existência dos relatórios foi atestada por Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin, em depoimento à Polícia Federal.

O general Augusto Heleno afirmou ainda nunca ter discutido assuntos políticos com seus subordinados.

“Jamais me vali de reuniões ou palestras, ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou político-partidários com meus subordinados no GSI”, declarou Augusto Heleno à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

“Deixei de ser ministro de Estado e não fiz mais contato com funcionários do GSI ou do Palácio do Planalto.”

O general negou qualquer participação do GSI no dia 12 de dezembro, quando manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília após a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante.

Augusto Heleno também refutou a presença de funcionários do GSI na tentativa de se colocar um artefato explosivo no Aeroporto de Brasília, em dezembro passado. Três pessoas foram condenadas à prisão pelo episódio.

Fonte: CNN Brasil 

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