26 de setembro de 2023

Jamais abordei assuntos eleitorais em reuniões do GSI, diz Augusto Heleno à CPMI do 8/1

Autor: Cecília Marinho

"Deixei de ser ministro de Estado e não fiz mais contato com funcionários do GSI ou do Palácio do Planalto", ressaltou o general à comissão

O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na gestão de Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta terça-feira (26) nunca ter discutido assuntos políticos com seus subordinados.

“Jamais me vali de reuniões ou palestras, ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou político-partidários com meus subordinados no GSI”, declarou Augusto Heleno à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

“Deixei de ser ministro de Estado e não fiz mais contato com funcionários do GSI ou do Palácio do Planalto.”

O general negou qualquer participação do GSI no dia 12 de dezembro, quando manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília após a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante.

Augusto Heleno também refutou a presença de funcionários do GSI na tentativa de se colocar um artefato explosivo no Aeroporto de Brasília, em dezembro passado. Três pessoas foram condenadas à prisão pelo episódio.

Manifestações em frente ao Exército eram “pacíficas e ordeiras”

O ex-ministro-chefe do GSI declarou nunca ter estado no acampamento realizado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília após o resultado das eleições presidenciais de 2022. Augusto Heleno classificou ainda as manifestações como “pacíficas e ordeiras”.

“Declaro que jamais estive no acampamento que foi realizado em frente ao que a gente chama de Forte Apache [quartel-general do Exército]. Nunca fui ao acampamento. Não foi falta de tempo, mas por falta de condições de participar do que realizavam no acampamento. Pelo que se sabia, eram atividades extremamente pacíficas e ordeiras. Nunca considerei o acampamento algo que interessasse à segurança institucional. Sempre achei que era uma manifestação política, pacífica e que não poderia ser tratada dessa maneira.”

“Não tive intenção de fazer Bolsonaro sair das quatro linhas”

Ao longo de sua oitiva, Augusto Heleno afirmou não ter conhecimento da “minuta do golpe” – documento apreendido pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

“O presidente [Bolsonaro] disse várias vezes que jogaria nas quatro linhas e eu não tive intenção de fazê-lo sair das quatro linhas, não era minha missão.”

A minuta seria uma proposta para que Bolsonaro instaurasse estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquanto ainda era presidente. O texto teria como objetivo reverter a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial passada.

 

Fonte: CNN Brasil 

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