10 de novembro de 2023

2 em 5 trabalhadores remotos trocariam de emprego caso fosse presencial, diz pesquisa

Autor: Cecília Marinho

Aqueles que se recusam a trabalhar somente no escritório são pessoas na faixa dos 35 e 44 anos, enquanto os mais jovens respondem menos negativamente ao regime presencial

 

O fim do home-office ou trabalho híbrido – entre presencial e virtual – faria 43% dos trabalhadores se demitirem e buscarem novas oportunidades de emprego. Os dados são de uma pesquisa exclusiva encomendada pelo Grupo QuintoAndar.

A possibilidade de ser obrigado a trabalhar exclusivamente em regime presencial desagrada 2 em cada 5 trabalhadores totalmente remotos ou híbridos, porém de um perfil específico: aqueles na faixa dos 35 a 44 anos.

Já entre os mais jovens, na faixa dos 18 a 24 anos, o percentual que tomaria essa decisão é de 39%, segundo o levantamento.

A pesquisa apontou que 60% dos entrevistados trabalham pelo menos um dia fora do escritório, sendo que a proporção dos funcionários híbridos é maior do que aqueles em regime totalmente remoto.

O levantamento foi realizado via questionário com 1.914 homens e mulheres com 18 anos ou mais, de todas as classes sociais, nas 27 capitais do Brasil.

Perfil dos trabalhadores remotos

Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar, explica que as pessoas mais velhas se sentem mais atraídas pelo trabalho em casa, pois possuem mais responsabilidades familiares e compromissos.

“Por outro lado, os mais jovens podem estar mais dispostos a experimentar o ambiente presencial, uma vez que estão em uma fase da vida com menos responsabilidades familiares e em busca dos primeiros passos profissionais”, acrescenta.

Em 2022, cerca de 9,5 milhões de pessoas trabalharam remotamente no país, segundo o módulo Teletrabalho e trabalho por meio de plataformas digitais – 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nesse período, os trabalhadores afastados do escritório eram em sua maioria mulheres, da região sudeste e brancos, sendo mais recorrente entre aqueles que possuem ensino superior completo.

Hoje, cerca de 20,5 milhões de pessoas estão em ocupações com potencial de serem realizadas de forma remota, segundo estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em fevereiro deste ano.

O pesquisador do Ipea, Geraldo Góes, explica que “Pessoas brancas, mulheres, com nível superior completo, atuantes no setor formal e no setor público são os ocupados com a maior chance estimada de estarem nesse regime laboral”.

O interesse por trabalho home office se releva superior aos outros regimes de trabalho no decorrer deste ano, segundo dados do Google Trends.

Impactos do trabalho não presencial

O levantamento mostra que o trabalho influencia na escolha do imóvel que os brasileiros escolhem. Dos entrevistados, 33% afirmaram que a sua atividade laboral teve influência na escolha da residência que habitam atualmente.

Os aspectos que os trabalhadores observaram na sua moradia atual são:

  • Proximidade com o local de trabalho (57%)
  • Proximidade com transporte público (24%)
  • Rapidez do trajeto entre casa e trabalho, sem trânsito

O silêncio na habitação para fazer home office ou trabalho híbrido também é relevante para 70% das pessoas.

 

Fonte: CNN Brasil 

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