22 de novembro de 2023

Israel divulga nomes de 300 prisioneiros palestinos que podem ser envolvidos em troca por reféns em Gaza

Autor: Cecília Marinho

Lista publicada nesta quarta-feira (22) inclui o dobro de nomes em caso de segunda fase de trocas com o Hamas; acordo inicial prevê libertação de 150 mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses

 

O Ministério da Justiça de Israel publicou nesta quarta-feira (22) os nomes de 300 prisioneiros palestinos que deverão ser libertados como parte de um acordo mais amplo para libertar reféns detidos na Faixa de Gaza.

A lista incluía mais detalhes, incluindo idades e motivo da prisão.

Nos termos do acordo recentemente negociado, o Secretariado do Gabinete israelense disse que 150 prisioneiros palestinos seriam libertados em quatro etapas durante quatro dias, desde que pelo menos 10 raptados israelenses pelo Hamas fossem entregues às forças de segurança de Israel todos os dias.

Israel disse que haveria uma pausa nos combates durante esses quatro dias.

Embora o acordo inicial preveja que os reféns em Gaza serão libertados em troca de 150 mulheres e crianças palestinas detidas em prisões israelenses, a lista publicada nesta quarta-feira pelo governo israelense inclui 300 nomes porque Israel oferece a possibilidade de haver uma segunda fase de troca de prisioneiros por reféns.

Em comunicado, o Secretariado do Gabinete israelense disse que a segunda fase funcionaria da mesma forma que a troca inicial, incluindo a libertação de palestinos em grupos sujeitos à libertação de pelo menos 10 pessoas por dia e a uma pausa nos combates.

A publicação da lista de nomes na manhã desta quarta-feira inicia um contagem regressiva de 24 horas durante a qual petições legais contra a libertação de prisioneiros palestinos podem ser apresentadas ao Supremo Tribunal de Israel.

Não está claro se quaisquer objeções legais serão apresentadas ou se o Supremo Tribunal concordaria em ouvi-las nesse caso.

Acordo

Após semanas de negociações, Israel aprovou um acordo com o Hamas, na terça-feira (21), pela libertação de 50 reféns detidos pelo grupo armado na Faixa de Gaza.

Serão libertadas mulheres e crianças durante quatro dias, em troca de cessar-fogo neste período, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro de Israel.

A divulgação do acordo acontece após uma série de reuniões das autoridades do governo de Benjamin Netanyahu. Entretanto, a declaração não fez qualquer menção à soltura de prisioneiros palestinos que estão em prisões israelenses, embora se entenda que este é um ponto fundamental do acordo.

Pouco tempo depois, o Hamas confirmou o acordo, dizendo que 150 mulheres e crianças palestinas serão libertadas por Israel. Ainda segundo o grupo radical, o cessar-fogo permitirá que centenas de caminhões com ajuda humanitária, medicamentos e combustíveis entrem em todas as áreas de Gaza.

A resolução foi aprovada por uma “maioria significativa” do gabinete de guerra do governo, em votação que durou mais de seis horas, segundo uma fonte da CNN.

Mais cedo, uma fonte familiarizada com o assunto disse à CNN que o acordo não deve ser implementado imediatamente e pode levar pelo menos um dia para entrar em vigor.

Há 239 reféns mantidos em cativeiro em Gaza, incluindo cidadãos estrangeiros de 26 países, segundo dados dos militares israelenses. Os cidadãos capturados representam uma vantagem do Hamas sobre Israel.

Mesmo que o grupo mantenha apenas uma fração do grupo que deteve em 7 de outubro, ainda manteria uma influência considerável sobre o país vizinho, que é conhecido por pagar um preço alto em negociações como essas.

Em 2011, Israel libertou mais de mil prisioneiros palestinos em troca de um único soldado, Gilad Shalit, que havia sido mantido refém por cinco anos.

Por outro lado, a liderança de Israel está sob enorme pressão interna para garantir a libertação dos cidadãos. A maioria dos israelenses aceita a libertação de milhares de prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses como parte de qualquer acordo de troca.

O total de prisioneiros palestinos detidos nas prisões israelenses é de aproximadamente 8.300, segundo Qadura Fares, chefe do Clube dos Prisioneiros Palestinos, uma organização não governamental.

Desse grupo, mais de 3 mil estão detidos no que Israel chama de “detenção administrativa”, o que significa que estão presos sem conhecer as acusações contra eles ou o processo legal em curso.

 

Fonte: CNN Brasil 

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