“Me senti iludida, impotente”, diz estudante do RN que perdeu vaga em Direito após problema no SISU

Autor: Redação

Do Novo - A estudante potiguar Clara Letícia Pereira Leite, de 18 anos, viu o sonho de cursar Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ir por água a baixo, após a nova divulgação nesta quarta-feira (31), do resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). No primeiro momento, quando o resultado foi disponibilizado na última terça-feira (30), a jovem havia sido aprovada dentro das vagas para o curso que seria a primeira opção dela;

“Eu vi dia 30 de janeiro, 9 horas estava anunciado que ia sair o resultado. Então, eu fiquei atualizando o site, até ele realmente aparecer. Eu consegui ver o resultado e eu não vi depois que tinha saído do ar. Depois que saiu o resultado, o pessoal da minha família já se animou aqui, eu fui até o cursinho porque estava tendo festa lá. Quando saiu o primeiro resultado, eu chorei muito, fiquei muito feliz. Começaram aqui em casa a procurar tinta para pintar meus braços. Um tio meu também passou, então, a gente comemorou em dobradinha”, conta a estudante.

Em vídeos publicados nas redes sociais, a estudante registrou o momento em que conferiu o resultado ao lado dos familiares.

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Clara lembra que quando se aproximava do cursinho começou a receber informações de que o resultado teria sido tirado do ar. “Quando eu estava chegando, por volta de 11h30, as pessoas já começaram a dizer que tinham tirado o resultado do ar, mas não tinha nenhuma certeza, fiquei apreensiva”.

Após a instabilidade no sistema, o Ministério da Educação (MEC) informou que divulgação dos resultado definitivo do Sisu 2024 havia sido adiada para quarta-feira (31). De acordo com nota do MEC, “a Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do MEC, área responsável pela operacionalização do Sistema de Seleção Unificada, identificou problemas técnicos no sistema e reiniciou os protocolos de homologação, adiando a divulgação dos resultados definitivos do Sisu 2024”.

Com a mudança, a estudante concluinte do Ensino Médio em 2023 conta que ficou apreensiva. Clara disse que a família se uniu para tentar tranquiliza-la buscando informações sobre o processo.

“Eu fiquei muito apreensiva mesmo. Minha família, meus tios, chegaram a ligar para as emissoras, mas eu, ainda assim, fiquei muito apreensiva. Não que eu não tinha esperança, eu tinha muita esperança, eu tinha muita fé de que eu passaria, mas eu estava muito apreensiva, ainda porque eu era o sexto lugar da minha cota, de seis vagas. Então, eu realmente fiquei com medo de que não passasse”, relatou.

Após a divulgação do novo resultado, Clara havia sido aprovada no curso de Relações Internacionais, que era a segunda opção dela. – Foto: Reprodução

Após a divulgação do novo resultado, Clara havia sido aprovada no curso de Relações Internacionais, que era a segunda opção dela. Mas, segundo a jovem, o curso de Direito sempre esteve em primeiro lugar, e é a carreira que ela pretende seguir.

“Direito sempre foi meu sonho, minha opção principal e Relações Internacionais era uma coisa que eu faria, mas não era a meta. A meta era conseguir passar realmente em Direito. Eu me senti traída, me senti iludida, impotente, me senti também muito mal, culpada, uma sensação de que eu deveria ter estudado mais. Mas , isso poderia ter sido amenizado se eu tivesse visto o resultado certo no dia 30, porque eles me iludiram, eu acreditei que eu tinha passado no curso que eu sempre sonhei, para no final eu não ter passado, chorei demais, eu fiquei muito mal.

A estudante afirmou que está buscando junto com a família alguma alternativa para resolver a questão. Ela não sabe se vai conseguir, porém, tem certeza do curso que quer seguir carreira e, segundo ela, fará de tudo para ingressar em Direito.

“Pretendo procurar alguma forma de resolver isso, de resolver na justiça. Eu não sei se eu serei contemplada, se a causa será ganha, mas de todo jeito eu pretendo tentar mudar para Direito, fazendo ENEM, mudar pelo edital das Vagas Remanescentes da UFRN, eu vou fazer de tudo para entrar em Direito. É o meu sonho, eu vou fazer tudo para tentar conseguir”, afirmou.

Nas rede social X (antigo Twitter), Clara fez uma publicação falando sobre a situação. O post já teve vários compartilhamentos e comentários de pessoas se solidarizando com a estudante.

A reportagem do NOVO Notícias entrou em contato com a assessoria do Ministério da Educação para cobrar um posicionamento a respeito da situação da estudante, mas até a publicação desta matéria, o órgão não enviou resposta.

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