28 de março de 2024

Aliança do PSOL com Natália em Natal pode ser referendada em Brasília

Autor: Redação

Do Saiba Mais - O PSOL em Natal tem afinado as conversas com a deputada federal Natália Bonavides, pré-candidata do PT à Prefeitura da capital, e deseja manter uma unidade da esquerda e centro-esquerda para a sucessão local. Uma resolução dos psolistas contra alianças fora deste arco, contudo, pode remeter o fechamento da aliança ao Diretório Nacional da sigla.

Na última segunda-feira (25), o Diretório Nacional aprovou um documento para vetar alianças eleitorais com partidos que apoiaram o governo de Jair Bolsonaro. O texto veta tanto a coligação com aqueles partidos que abrigam a maior parte dos parlamentares de extrema-direita, como o PL, por exemplo, assim como com partidos do Centrão ligados à agenda do atraso do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo a resolução, ficam autorizadas as alianças eleitorais majoritárias e a formação de coligações com os partidos da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV), além de PSB e PDT, PCB e UP. 

Toda e qualquer aliança com partidos que não estão taxativamente autorizados anteriormente, “entende-se como não orientada e portanto vetada, cabendo às instâncias estaduais e nacionais do PSOL e da Federação, uma avaliação política local e autorização ou não para ser realizada”, aponta trecho do documento.

Em 21 de março, Natália e a direção municipal e estadual do PSOL chegaram a se reunir. O encontro foi descrito pela petista como uma “continuidade à construção política” com o PSOL. 

“Vamos fazer ainda muitos debates pra construir um programa popular e de desenvolvimento pra Natal”, apontou nas redes.

Acontece que Bonavides também pretende manter alianças com siglas fora do campo progressista. Na semana anterior à reunião com o PSOL, ela fez outro encontro, desta vez com mais partidos diretamente alinhados, mas também com o MDB de Júlio Protásio e o PRD de Getúlio Batista. O PRD, Partido Renovação Democrática, é o resultado da fusão entre o Patriota e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Getúlio Batista, por sua vez, é o chefe do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Norte. Sua nomeação para o cargo, no ano passado, causou mal-estar pelo apoio público que o empresário dava a Jair Bolsonaro durante a gestão do ex-presidente. Batista também já chamou Lula de corrupto e ladrão.

Para o presidente municipal do PSOL, Júlio Pontes, as resoluções de tática eleitoral do partido no RN e do Diretório Nacional têm uma orientação comum quanto à necessidade do partido buscar unidade eleitoral com a esquerda e a centro-esquerda. O desejo, diz ele, é “acumular forças contra o bolsonarismo e a agenda neoliberal”. 

“A conversa entre dirigentes do PSOL RN com Natália Bonavides se deu neste marco, posto que sua pré-candidatura se opõe às oligarquias encarnadas na figura de Carlos Eduardo Alves, ao bolsonarismo de ocasião ao qual Paulinho Freire se filia e, por fim, àquilo que há de comum em todos os nomes postos na disputa: a continuidade do projeto Álvaro Dias, que é de destruição dos direitos e da construção de uma Natal para os lucros e não para o povo”, pontua. 

“Nós temos nos empenhado para que haja unidade na esquerda não só ao redor de um nome, mas também de um programa que, em primeiro lugar, se oponha firmemente ao ‘legado’ deixado por Álvaro Dias, como o Plano Diretor, o PLC que destruiu a carreira do magistério municipal, a tarifa da passagem cuja sanção dele levou ao valor de R$4,50, o sorteio de vagas nos CMEIs. Mas também que transforme a vida do povo de Natal, fazendo os enfrentamentos necessários para tanto: como a auditoria da dívida ativa do município, a licitação dos transportes, a implementação da carreira SUAS, entre outros tantos temas. Na nossa opinião, esse programa em construção só terá viabilidade se for construído de baixo para cima, em unidade com os movimentos sociais, os sindicatos, as associações, num movimento democrático de reconstrução da cidade.”

Júlio Pontes, presidente do PSOL Natal

Ainda de acordo com o dirigente socialista, as coligações fora do arco de aliança entre a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), PSB e PDT, PCB e UP precisam ser apreciadas pelo Diretório Nacional do partido, havendo a possibilidade de serem referendadas ou não. 

“Nos próximos dias, o PSOL RN definirá seu arco de alianças nas instâncias partidárias”, salientou.

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