1 de abril de 2024

Minha corrida em Nova Parnamirim/Cophab e a guerra às drogas

Autor: Daniel Menezes

Corro no entorno dos condomínios mais caros de Nova Parnamirim/Cophab, que é a região com o maior PIB do RN. O cheiro de maconha é forte. Não é uma crítica. Penso como um liberal e concebo que cada deve ter autonomia para tocar a própria vida. Mas nunca ocorrerá uma blitz atrás de drogas por lá. Elas ocorrem em regiões pobres e lá serão presos pequenos traficantes e usuários. Essa atuação policial representa um viés nacional.

É um dos muitos problemas da guerra às drogas. As prisões vêm por patrulhamento e não por investigação. E ela será em áreas de periferia com foco em negros, jovens e pobres. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) publicou estudo em que analisou 45 mil processos e é o perfil de quem é condenado no Brasil por posse de droga. Some-se a isso a quantidade em que em média uma pessoa será presa – 17 gramas de cocaína e 80 gramas de maconha. Caso branca, enquadrada como usuário e traficante se negra.

Ao contrário do que comumente se imagina, estamos superlotando as cadeias, oferecendo mão de obra gratuita para as facções, a partir dessa lógica carente de racionalidade e completamente atravessada de moral seletiva. O indivíduo entra lá com esse perfil, tem a vida arruinada e sai formado para fortalecer, agora sim, a atividade criminosa.

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