11 de abril de 2024

Após Padilha dizer que Lira articulou pela soltura de Brazão, Lira diz que Padilha é “desafeto” e chama ministro de Lula de “incompetente”

Autor: Redação

Da CNN - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chamou o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “incompetente” e se referiu ao petista como um “desafeto”.

O presidente da Câmara subiu o tom após ser questionado sobre a articulação de Padilha para que a Câmara mantivesse a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) – o que acabou ocorrendo, na quarta-feira (10). Perguntado se o caso demonstrou enfraquecimento da liderança dele, Lira disparou.

“Foi do governo e, basicamente, do ministro Padilha (que teriam partido relatos de que ele estaria insatisfeito com a articulação), que é um desafeto, além de pessoal, incompetente”, afirmou.

“É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os poderes fiquem implantando essas mentiras, essas notícias falsas que incomodam o parlamento. E depois, quando o parlamento reage, acham ruim”, acrescentou.

Na quarta, segundo a âncora da CNN Raquel Landim, Padilha passou o dia em contato com parlamentares para garantir que a base do governo votaria pela manutenção da prisão do deputado, suspeito de envolvimento na morte da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

No Plenário da Câmara, o placar pela manutenção da prisão de Chiquinho Brazão foi apertado, de 277 votos a favor a 129 contrários; também houve 28 abstenções. Era preciso, no mínimo, 257 votos favoráveis para que o deputado continuasse na penitenciária federal de Campo Grande.

A votação sobre a situação de Chiquinho Brazão reascendeu a disputa entre Lira e Padilha, que não dialogam mais desde o final do ano passado. Segundo fontes ouvidas pela âncora Raquel Landim, o presidente da Câmara operou “duramente” pela derrubada da prisão do deputado.

Após a votação no Plenário, o presidente da Câmara avisou a deputados petistas que “romperia” com o governo e que não havia mais condições de Padilha continuar no posto no Executivo.

Votação sobre Brazão

Na Câmara, parte dos parlamentares ligados à oposição argumentavam o voto pela derrubada da prisão como uma sinalização do Legislativo ao Judiciário, no sentido de ser colocarem contrários a prisões e operações contra deputados ordenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e consideradas, por eles, ilegais e inconstitucionais.

Na sessão em que acabou optando-se pela manutenção da prisão de Brazão, o advogado do deputado, Cleber Lopes, apelou a deputados utilizando-se da argumentação, alertando sobre o risco de relativização sobre prisões de congressistas.

“A Câmara não pode afrouxar nas garantias constitucionais. Se não tomarmos uma posição firme, daqui a pouco teremos prisões preventivas decretadas em série”, pontuou, afirmando que a prisão de Brazão atentava contra “dignidade da pessoa humana” e a Constituição Federal.

Padilha posta elogios

Após a entrevista de Lira, o ministro Alexandre Padilha publicou em suas contas nas redes sociais um vídeo no qual aparece sendo elogiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No vídeo em questão, Lula diz que a “demanda” do trabalho de Padilha “é muito grande”, já que ele cuida da relação do governo com os deputados, e que, quando as cobranças começam a vir após as promessas, “começa o martírio”.

Lula, porém, afirma que Padilha “vai bater recorde” na Secretaria de Relações Institucionais. “É um ministro que está durando muito tempo no seu cargo, e vai continuar pela competência dele”, disse o presidente.

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