13 de junho de 2024

Prognóstico: o sinal é de mudança na eleição municipal de Parnamirim

Autor: Daniel Menezes

Aprendi com a ciência política que a melhor forma de fazer um prognóstico a respeito do desenrolar de uma eleição é a partir da análise de como anda a avaliação do governo. Se ele está bem, o prefeito se reelege ou fazer sucessor. Se não, o eleitorado irá atrás de outro nome para substituir o grupo eleitoral que comanda o poder. Nesse sentido, em Parnamirim, a perspectiva desenhada é de mudança. 

A pesquisa recém veiculada pelo Potiguar feita pelo Instituto Seta é clara (leia aqui os dados do levantamento). O prefeito Taveira amarga 67% de desaprovação. Ora, na prática, no período pré-eleitoral pouco importa o quadro da disputa, este é o principal ponto a ser avaliado, pois apesar de não ser impossível, é improvável que um gestor assim consiga convencer o eleitorado que ele deve apontar o próximo prefeito da cidade. E é difícil supor que o prefeito irá reverter significativamente sua avaliação até o dia da eleição.

A eleição é uma bomba informacional. O eleitor, mesmo aquele mais desinteressado, saberá quem é quem no jogo e quem é ligado a quem. A força da máquina empresta estrutura a Salatiel de Souza, candidato de Taveira, mas com essa aprovação baixa, também dará a ele teto limitador.

A última eleição em Parnamirim já teve uma vitória não tão confortável de Taveira. Com ele sentado na cadeira, o que facilita a reeleição, já que não precisa transferir voto para terceiro, ganhou com menos de 10% dos votos em números (sem ser em votos válidos) absolutos contra a professora Nilda. O Instituto Seta naquela ocasião, contra outros institutos que deram mais de 20% de diferença nos últimos dias que antecederam a disputa, acertou em cima o resultado. 

Agora, a situação é bem mais precária. A aprovação do prefeito caiu bastante, Taveira não é o candidato e precisa transferir poder para um candidato hoje já o mais rejeitado. A professora Nilda não larga atrás como há quatro anos, mas com liderança folgada. O sinal claro é de circulação no poder após 20 anos de reeleições e sucessões contínuas na terceira maior cidade do RN.

Muito se fala sobre dinheiro e estrutura. Sim, é evidente que o governo municipal tem maior capacidade de demonstração de força financeira e de estrutrura, mas nem tudo na eleição é sobre recursos e as análises históricas das eleições são insofismáveis nessa perspectiva.

Cabe lembrar que aqui prognóstico é coisa seríssima. Sei o quanto apanhei o quando disse que Henrique e Vilma não ganhariam em 2014 ou que Garibaldi terminaria em quarto colocado em 2018 e que Zenaide seria eleita para o senado. Mas quando a urna é aberta a avaliação ganha reconhecimento. 

Há muita água para rolar debaixo da ponte. Mas os sinais não podem ser ignorados, quer seja por negacionismo ou por covardia. Enfim, alicerço aqui uma mera descrição do cenário da disputa.

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