14 de junho de 2024

No G7, Lula critica concentração de renda e desenvolvimento da IA na 'mão de poucos'

Autor: Redação

Do G1 - Em reunião do G7 nesta sexta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a concentração de renda e desenvolvimento da inteligência artificial (IA) na "mão de poucos".

Lula afirmou que um dos desafios atuais é encarar o avanço da tecnologia e as mudança climáticas sem perder o foco nas pessoas e na preservação do planeta.

O presidente declarou que os benefícios da inteligência artificial devem ser usufruídos por todos os países.

 

"Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países. A inteligência artificial (IA) acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias", disse.

 

Lula recusa convite do governo Suíça para participar de Cúpula pela paz na Ucrânia

O presidente está na Itália, local escolhido para sediar a reunião de cúpula do G7. O Brasil participa do encontro como convidado.

O G7 reúne nações democráticas mais ricas do mundo: Estados Unidos (EUA), Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão.

Lula disse ter interesse em uma tecnologia "segura, transparente e emancipadora", que não contribua para guerra e que seja capaz de promover a "integridade da informação" e incentivar políticas de preservação ambiental.

O presidente ainda defendeu um sistema de "governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial" em que todos os países tenham assento para discussões.

O presidente também falou sobre a importância de tributar as grandes riqueza.

"Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia", disse o presidente.

 

Brasil na presidência do G20

 

Lula lembrou que, na quinta-feira (13), afirmou durante evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que é preciso incentivar bons empregos e inclusão social, temas que estão entre as prioridades do Brasil à frente do G20. Por isso, a ideia de taxar fortunas no mundo todo.

"É nesse contexto de combate às desigualdades que se insere a proposta de tributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20", declarou.

O presidente também repetiu que é importante alterar mecanismos de pagamento de dívida de países africanos, que têm dificuldades para investir em saúde e educação.

"Sem agregar valor a seus recursos naturais, os países em desenvolvimento seguirão presos na relação de dependência que marcou sua história", disse.

O discurso de Lula não foi transmitido pela emissora oficial do governo. A imprensa recebeu uma transcrição da fala do presidente no encontro.

O presidente Lula teve 5 minutos para discursar durante a sessão da cúpula.

 

Cúpula do G7

 

O encontro começou na quinta-feira (13) e, nesta sexta, eles se juntaram aos países emergentes. O Brasil foi convidado a participar dos debates pela oitava vez, assim como outras nações.

 

O principal tema do G7 foi a ajuda à Ucrânia, e houve racha no grupo em outro tema: o aborto.

Em vitória de Giorgia Meloni (premiê da Itália), o rascunho do documento final não tem menção ao direito ao aborto.

O encontro também conta com a presença do Papa Francisco.

Segundo o Ministério de Relações Exteriores (MRE), Lula já tinha definido que o discurso trataria presidência do Brasil no G20, que tem como principais temas o enfrentamento às mudanças climáticas, o combate à fome e a reforma da governança global.

🔎 O G20 é o fórum internacional que reúne as principais economias do mundo, e é liderado pelo Brasil até novembro deste ano. Esta é a primeira vez que o governo brasileiro assume o comando do bloco.

A Cúpula do G20, que reunirá os chefes de Estado de todos os países-membros, está marcada para novembro deste ano, no Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (13), Lula participou de agendas em Genebra, na Suíça, como a 112ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A OIT é um braço da Organização das Nações Unidas (ONU). A cúpula visa promover o trabalho digno e os direitos humanos no mundo.

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