28 de junho de 2024

A ingenuidade de Gustavo Carvalho

Autor: Daniel Menezes

O deputado estadual Gustavo Carvalho segue reclamando a respeito de sua derrota contra o também deputado George Soares na disputa por uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado. A vaga era da Assembleia e foi votada pela casa. George se sagrou vencedor por 12 a 11.

Carvalho, em recente discurso no plenário da assembleia, jogou indiretas pela neutralidade expressada pelo presidente Ezequiel Ferreira, a quem tinha como amigo, ele alegou. Gustavo contava com o voto de Ezequiel.

Ora, é fato notório que o PSDB de Ezequiel e o MDB de Walter Alves disputam espaços de forma frenética com o PL de Rogério Marinho nos pleitos municipais. A eleição para o governo e senado de 2026 já está antecipada. E Gustavo Carvalho queria algo que Ezequiel, um senadorável, era incapaz de entregar. Caso saísse para ser membro do Tribunal de Contas, fortaleceria Rogério Marinho (de quem é aliado) no TCE e abriria vaga para Getúlio Rêgo, seu suplente, também aliado de Rogério Marinho.

Daí que não fazia sentido para Ezequiel fortalecer Rogério Marinho. Gustavo extrapolou sua noção de amizade para cobrar algo que trairia o interesse de Ezequiel de modo bastante frontal e objetivo. A vitória de George de quem Ezequiel é aliado abriu também vaga para Vivaldo Costa, outro político próximo do presidente da casa.

Gustavo Carvalho foi ingênuo, não calculou o modo como a disputa geraria desdobramentos. Esperou algo que seu amigo - o que é diferente de política - fosse contrário a si mesmo em favor dele. Se fosse de fato uma questão de amizade, aliás, Gustavo Carvalho jamais cobraria isso de Ezequiel Ferreira.

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