21 de outubro de 2024

Virulência está vitimizando Natália e colocando Paulinho como o candidato do poder

Autor: Daniel Menezes

O primeiro e segundo turno estão sendo marcados por um nível de virulência totalmente desmedido e as pesquisas acadêmicas sobre uso de campanha negativa deixam claro - quando a pancada é dada sem limite, o adversário acaba sendo vitimizado.

Em Natal, os ataques contra Natália Bonavides são frontais, abertos e ininterruptos - "defensora de bandidos, candidata que quer legalizar o roubo e por aí vai". Só que ninguém apanha calado e a postulante foi pra cima, abrindo guerra contra veículos de imprensa e organizações que estão capitaneando a incursão. Na prática, isto criou uma linha de campanha de resistência que colocou Natália como alguém que luta contra o status quo e hoje a prefeitura do Natal é mal avaliada. 

Enquanto isso, Paulinho Freire se tornou o candidato das elites e do poder. Pode até ser que isto gere votos na parte de cima da população. Só que, diante da maioria pobre, acarreta em problemas. Paulinho virou o nome do "sistema". E, ora, repito, a prefeitura do Natal, o grande palco a ser ocupado, está mal avaliada. 

A luta de Davi contra Golias é sempre um forte combustível para que a militância e simpatizantes se engajem. E talvez em muitos anos os eleitores de um candidato adversário ao bolsonarismo em Natal estejam com mais energia do que os que vem da direita e da extrema direita.

O resultado da eleição é imprivisível, com um empate técnico estabelecido conforme as pesquisas. Só que Paulinho está perdendo a capacidade de se apresentar como aquele que irá enfrentar, por exemplo, o estado de coisas que mantém o funcionamento precário dos postos de saúde ou fazer a licitação do transporte público. 

A campanha negativa é um meio de descontruir os candidatos e está sempre presente nos pleitos eleitorais. Só que o eleitor também quer saber o que vai ser feito nos próximos anos e o discurso de que tudo está indo bem enfraquece Paulinho Freire porque retira dele a perspectiva de futuro. Se ele for por aí, irá se complicar ainda mais.

 

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