26 de outubro de 2024

O candidato fantasma, pesquisas, o debate e o segundo turno em Natal

Autor: Daniel Menezes

Essa eleição em Natal tem um aspecto curioso - o candidato Paulinho Freire desapareceu de vez do segundo turno e já quase não se fez presente no primeiro. Praticamente não se fala nele. Ele não tem proposta, não tem qualidades pessoais. Debate? Nem pensar: só foi ao da globo e o de band. Os demais faltou. Quanto mais escondido? Melhor.

O candidato não tem passado, não tem história. Os seus mais de 30 anos ocupando cargos públicos não são mostrados. Isto porque o momento mais notável foi sua condição de vice de Micarla. O modo como tocou a câmara municipal na condição de presidente também não aparece. O fato é que perderia votos, se apresentasse algum escrutínio a respeito.

O pleito foi transformado num plebiscito sobre Natália. Todo o holofote está em cima dela. A campanha de Paulinho achou que uma mera tentativa de descontrução contra Natália seria suficiente. Com a fadiga de material, já que não surtiu o efeito esperado de produzir uma grande vantagem a seu favor, as suas atividades passaram a funcionar na banguela.

A MÍDIA

A campanha de Paulinho Freire é tocada pela mídia de Natal sincronizada com seu horário eleitoral. Praticamente não há mais noticiário. Tudo se resume a destruir a imagem de Natália. Os poucos que ainda noticiam algo, mantém os microfones desigualmente abertos para apoiadores de Paulinho. Não se trata de declarar voto no que agora se diz bolsonarista ou fazer uma cobertura de direita. Há jornais sérios no mundo que fazem isto. É que não há mais notícia e o conteúdo diz respeito apenas a fazer o falso plebiscito sobre Natália girar contra ela, através de fake news.

A ESTRUTURA DE CAMPANHA

A campanha de rua de Paulinho é feita pela prefeitura do Natal. Há diversas denúncias, algumas das quais comprovadas, de uso massivo das secretarias do município em favor de Paulinho Freire. A prefeitura funcionou para atrair lideranças comunitárias no primeiro turno para retirar Carlos Eduardo dele. A rede de vereadores transportou os eleitores para inflar Paulinho e fazer com que ele sofresse menos com a abstenção, outro revés também enfrentado por Carlos Eduardo. No segundo turno, tais estruturas passaram a agir contra Natália.

A COMPRA DE VOTOS

O que era comentado nos bastidores se revelou com direito a vídeo. Apoiador de Paulinho Freire foi pego comprando votos agora no segundo turno. A maior capacidade de levar o eleitor à urna e possíveis práticas ilícitas podem trazer vantagem para Freire na reta final.

O JOGO DAS PESQUISAS

O marketing de Paulinho usa da estratégia clássica sempre posta em prática por Vilma de Faria no passado - encharcar o segundo turno com pesquisas para que, com isso, o eleitor adversário se desengaje da campanha, deixe de ir votar e que uma suposta disparidade gere o voto útil em favor do primeiro colocado. A incursão segue.

UM CANDIDATO RICO, ESTRUTURADO, MAS FRACO NA PRÁTICA

Quem assistiu ao debate viu a razão pela qual Paulinho segue escondido. Com dificuldade de falar e estabelecer um raciocínio mais complexo, fica escancarado que seu marketing em acertou em posicioná-lo abaixo da linha do pré-sal. Suas propostas também eram confusas. Paulinho seguiu a cartilha de deixar o discurso e o texto para o marketing e para o redator da campanha. Só que uma hora a preguiça ficará exposta, como aconteceu nos debates.

Ter uma eleição apertada hoje, com seus apoiadores espumando nos muitos espaços de fala postos, já é uma derrota para Paulinho Freire. 

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